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Rivais de Marcola negam nova facção em meio a racha do PCC: “Ficção”

Tiriça e Vida Loka, agora rivais de Marcola, o chefão do PCC, negam PCP e dizem que nunca planejaram nova facção, segundo advogado

atualizado

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Montagem com duas imagens. À esquerda, preso identificado como Tiriça. À direita, preso identificado como Vida Loka - Metrópoles
1 de 1 Montagem com duas imagens. À esquerda, preso identificado como Tiriça. À direita, preso identificado como Vida Loka - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo – O advogado Rogério Santos, que representa dois envolvidos no racha do Primeiro Comando da Capital (PCC), nega que os rivais de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, tenham fundado uma nova facção criminosa. O possível surgimento do Primeiro Comando Puro (PCP) foi detectado por setor de inteligência da Polícia Civil no mês passado.

Santos é o defensor legal de Roberto Soriano, o Tiriça, apontado como o pivô do conflito na alta cúpula do PCC, e de Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, que já foi indicado como o número 2 da facção. Eles estão presos na Penitenciária Federal de Brasília, a mesma de Marcola, a quem acusam de “delator”, segundo investigação.

O advogado diz ter se reunido com os dois presos, em atendimento jurídico monitorado, no dia 2 de abril. “Ambos afirmaram que, em momento algum, se aventou qualquer possibilidade da criação de uma nova facção”, afirma, em nota enviada ao Metrópoles.

Ainda segundo o defensor, Tiriça e Vida Loka teriam classificado a informação do surgimento do PCP como “inexistente” e “absolutamente inexplicável” – uma vez que seria “impossível tal articulação” estando detidos em uma cadeia de segurança máxima.

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PCP

As informações sobre o surgimento do PCP circularam nos bastidores do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), unidade especializada da Polícia Civil. Até o momento, no entanto, a nova facção não foi confirmada oficialmente pela instituição ou pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP).

O PCP também não é citado no relatório da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), assinado no início de abril, que recomenda a permanência de Vida Loka no sistema federal.

Na nota, o advogado, que não nega o racha na alta cúpula do PCC, se refere à nova facção como “factoide” e “ficção criada”. Também diz que não haveria aliança dos dissidentes com o Comando Vermelho (CV), a maior organização criminosa do Rio de Janeiro, inimiga do PCC.

“[São] meras especulações das autoridades replicadas pelos meios de comunicação”, escreve.

Racha no PCC

O principal motivo do conflito, que já é considerado histórico, seria um diálogo gravado entre Marcola e policiais penais federais, na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Na ocasião, o líder máximo do PCC afirma que Tiriça, outro antigo aliado, seria um “psicopata”.

A declaração foi usada por promotores durante o julgamento de Tiriça, que foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão, em 2023, por ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo.

O terceiro chefão do PCC a romper com Marcola foi Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho.

Segundo o promotor Lincoln Gakiya, também há outras duas lideranças dissidentes: Daniel Vinicius Canônico, o Cego, e Valdeci Alves dos Santos, o Colorido.

Rastro de violência

Por causa do conflito, aliados de Marcola começaram a tomar as “biqueiras”, como são chamados os pontos de venda de drogas em São Paulo, que pertenciam aos dissidentes.

Familiares dos ex-líderes também manifestam medo de perder seus bens adquiridos com os negócios e o dinheiro do PCC. Alguns deles chegaram a procurar a polícia para pedir proteção.

O conflito deixa, ainda, um rastro de sangue em cidades paulistas. A primeira morte a se tornar pública foi a do traficante Donizete Apolinário da Silva, de 55 anos, aliado de Marcola, que foi assassinado a tiros quando caminhava com a esposa, de 29, e com a enteada, de 10, em Mauá, na Grande São Paulo, em fevereiro.

No mês seguinte, Luiz dos Santos Rocha, o Luiz Conta Dinheiro, foi fuzilado quando chegava de carro em casa, em Atibaia, no interior. Apontado como “tesoureiro do PCC”, ele era beneficiado por uma saidinha temporária.

Também em março, Cristiano Lopes da Costa, o Meia Folha, foi morto a tiros em uma lanchonete no bairro Vicente de Carvalho, no Guarujá, litoral paulista. Ele era considerado um dos líderes na região e, segundo testemunhas, foi baleado por um pistoleiro que passou de moto pelo local atirando.

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