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Racha no PCC deve prolongar Operação Verão da PM na Baixada Santista

Operação da PM que já resultou em 43 mortes na Baixada Santista deve ser prolongada diante de confrontos envolvendo racha na cúpula do PCC

atualizado

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Divulgação/SSP
PM fardado aponta fuzil em meio de favela na Baixada Santista durante operação da PM - Metrópoles
1 de 1 PM fardado aponta fuzil em meio de favela na Baixada Santista durante operação da PM - Metrópoles - Foto: Divulgação/SSP

São Paulo — A disputa sangrenta nas ruas envolvendo o racha na cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) deve levar o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) a prolongar a chamada Operação Verão na Baixada Santista, alvo de denúncia por já ter resultado em 43 mortes em supostos confrontos com policiais desde fevereiro.

Embora o secretário da Segurança Pública (SSP) do estado, Guilherme Derrite, tenha dito, há três semanas, que a ação da Polícia Militar (PM) no litoral paulista “não tem prazo determinado para acabar”, havia um entendimento entre as autoridades de que ela seria encerrada com o término do verão, no próximo dia 20/3.

Oficialmente, a Operação Verão começou em dezembro, início da alta temporada na Baixada, como ocorre todo ano. Depois que dois PMs foram assassinados no litoral, entre janeiro e fevereiro, duas novas fases da operação foram deflagradas, reforçando o efetivo na região com agentes de batalhões especiais, como a Rota.

Com foco no combate ao crime organizado, a terceira fase da Operação Verão já fez 50% mais vítimas do que a Operação Escudo, deflagrada em julho do ano passado, após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, no Guarujá, e que teve um saldo de 28 suspeitos mortos em 40 dias.

É esta fase da operação que deve ser mantida para além do verão, ainda que ganhe novo nome, diante da onda de violência que persiste no litoral paulista, agora associada a uma guerra entre lideranças do PCC, facção criminosa com forte atuação na Baixada por causa da proximidade com o Porto de Santos, usado no tráfico de drogas.

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Assassinato de Meia Folha

O caso mais recente envolve o assassinato de Cristiano Lopes Costa, de 41 anos, conhecido como Meia Folha. Apontado como um dos líderes do PCC no Guarujá, ele foi morto a tiros na noite da última terça-feira (12/3), dentro de uma lanchonete, em Vicente de Carvalho.

De acordo com a Polícia Civil, Meia Folha era ligado ao traficante André do Rap, foragido desde 2020, quando foi beneficiado por uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF). Testemunhas disseram que os disparos foram feitos por um homem que passou pelo local de moto — ele não foi preso. No ataque a tiros, o ex-vereador do Guarujá Geraldo Soares Galvão, de 61 anos, também acabou baleado. Ele foi socorrido e passa bem.

Ao Metrópoles moradores da Baixada relatam um “toque de recolher” na região após a morte do traficante. Segundo eles, comércios fecharam mais cedo e motoristas de aplicativo teriam sido orientados a parar de circular. Em Santos, pelo menos dois ônibus foram incendiados, e o transporte público foi suspenso em diversos bairros.

Policiais ouvidos em reservado pela reportagem disseram que a Baixada Santista pode se tornar palco de uma “guerra” nas próximas semanas, diante desse racha no PCC. Por isso, o policiamento ostensivo na região por meio de uma operação especial não deve ser desmobilizado tão cedo.

Na semana passada, o governador Tarcísio de Freitas reagiu com deboche à denúncia feita por entidades de direitos humanos contra o governo paulista na Organização das Nações Unidas (ONU), por causa de supostos abusos e violações na Operação Verão.

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade em relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, e eu não estou nem aí”, disse Tarcísio.

Racha no PCC

A morte de Meia Folha é a segunda em menos de 20 dias atribuída ao racha no PCC. No último dia 25/2, Donizete Apolinário da Silva foi executado a tiros em Mauá, na Grande São Paulo. O homem, de 55 anos, era apontado como aliado do líder máximo da facção, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e integrante da chamada “Sintonia Final”, alta cúpula da facção.

O principal motivo para o racha no PCC seria o vazamento de um diálogo de Marcola com policiais penais federais, na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Na ocasião, o líder do PCC afirmou que o número 2 na hierarquia da facção, Roberto Soriano, o Tiriça, era um “psicopata”.

A declaração foi usada por promotores durante o julgamento de Roberto Soriano. O criminoso, que cumpre pena atualmente na Penitenciária Federal de Brasília, junto a Marcola e outros líderes do PCC, foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão, em 2023, por ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo.

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