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Professores e alunos protestam contra violência em escolas: “Livros sim, armas não”

Os professores e alunos prestaram homenagem à colega Elisabeth Tenreiro, morta a facadas por um estudante dentro de escola na segunda-feira

atualizado

Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Professores e estudantes realizaram na tarde desta quarta-feira (29/3) ato contra a violência nas escolas e em homenagem a Elisabeth Tenreiro. A professora de 71 anos foi morta na segunda (27) por um adolescente de 13 anos em um colégio na zona oeste de São Paulo.

O protesto, organizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) e movimentos estudantis, ocorreu em frente ao prédio da Secretaria de Educação, na República.

Os manifestantes carregavam placas que diziam “livros sim, armas não”.

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“A comunidade escola precisa de carinho e atenção. Queremos psicólogos nas escolas. A nossa solidariedade a todas as vítimas de violência nas escolas”, afirmavam os cartazes.

Jade Beatriz, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), afirma que a entidade está preparando um manifesto, em parceria com grêmios estudantis, para entregar ao ministro da Justiça, Flávio Dino.

A ideia, disse ela, é alertar sobre a urgência de políticas públicas direcionadas a combater atentados como o registrado na segunda-feira.

“Isso está acontecendo de forma recorrente. É importante fazer esse recorte. Foram mais de 20 ataques nos últimos 20 anos aqui no Brasil. […] É um problema político, é uma consequência do discurso de ódio que vem ocorrendo no Brasil nos últimos anos”, afirmou.

Segundo a Apeoesp, o sistema público de ensino carece de políticas de prevenção à violência. “Faltam funcionários nas escolas, o policiamento no entorno das unidades escolares é deficiente e, sobretudo, não existem políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar para a conscientização sobre o problema e a busca de soluções.”

Pesquisa divulgada nesta quarta pelo sindicato apontou que 48% dos alunos já sofreram violência na escola. Entre os professores, 19% dizem já ter sofrido violência na escola.

De acordo com o levantamento, o bullying é a principal forma de violência nos colégios: 33% dos alunos dizem que já foram vítimas. Na periferia, o percentual é ainda maior, 39%. Agressão verbal vem em segundo lugar, tendo atingido 24% dos alunos; 14% dizem já ter sofrido discriminação; e 12%, agressão física.

Ataque a escola

Na segunda, um estudante de 13 anos entrou na escola portando uma faca e com o rosto coberto por uma máscara de caveira semelhante à utilizada pelos assassinos no Massacre de Suzano, ocorrido em 2019 na cidade da Grande São Paulo.

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Elisabeth estava em frente à mesa onde lecionava, conferindo o celular, quando o aluno de 13 anos a surpreendeu, e a golpeou ao menos 10 vezes pelas costas.

Segundo pais de estudantes, a professora teria apartado na semana passada uma briga entre o adolescente que a matou e outro estudante, e por isso se tornou alvo do agressor.

O aluno agressor foi apreendido, prestou depoimento e ficará internado na Fundação Casa.






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