Procurador que espancou chefe é transferido para hospital psiquiátrico
Procurador Demétrius Oliveira Macedo, que espancou a chefe na cidade de Registro (SP), em 2022, fará três anos de tratamento psiquiátrico
atualizado
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São Paulo – O procurador Demétrius Oliveira Macedo, de 35 anos, que espancou a chefe durante o expediente na Prefeitura de Registro, no interior de São Paulo, foi transferido para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Taubaté no mês passado, para se tratar por três anos, conforme decisão judicial.
A agressão contra a procuradora-geral do município, Gabriela Samadello, ocorreu em junho de 2022, foi filmada e ganhou ampla repercussão. Três dias depois, Demétrius foi preso. Em agosto do ano passado, contudo, a Justiça o absolveu, após ele ser diagnosticado com esquizofrenia paranoide.
O juiz Raphael Ernane Neves, da 1ª Vara do Júri de Registro, considerou que o procurador é inimputável, ou seja, não compreende a ilegalidade dos atos. Segundo laudo de perícia médica, apresentado à Justiça paulista, Demétrius tinha surtos de frangofilia, comportamento compulsivo e incontrolável de quebrar coisas.
O documento serviu como base para o juiz determinar sua internação em hospital psiquiátrico, em vez de ficar preso em uma cadeia comum. No último dia 6/2, Demétrius foi transferido para o hospital psiquiátrico de Taubaté. Antes, ele estava preso na Penitenciária 3 de Franco da Rocha, na Grande São Paulo.
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Vídeo mostra homem agredindo procuradora Reprodução
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O procurador Demétrius Oliveira Macedo espancou sua chefe – a procuradora-geral do município de Registro, Gabriela Samadello Monteiro de Barros Reprodução
Procuradora agredida
A procuradora-geral começou a ser agredida inicialmente com socos e uma cotovelada no rosto pelo também procurador Demétrius Oliveira Macedo Reprodução
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Gabriela Samadello foi agredida de forma brutal por Demétrius Oliveira Reprodução
Conversa procuradora-geral agredida SP
Gabriela Samadello Monteiro de Barros diz que vai pedir pelo afastamento do procurador e que teve pesadelos Reprodução
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Funcionária relata comportamento agressivo de Demétrius dias antes das agressões Reprodução
Procuradora-geral SP mensagens
Troca de mensagens de procuradora-geral agredida em SP e funcionária revelam medo de agressor Reprodução
Episódios de frangofilia
Demétrius chegou a pedir exoneração do cargo de procurador em novembro de 2020, por sentir “muito estresse” e “tristeza”, segundo relatou aos peritos. Pouco depois, protagonizou um episódio em que quebrou as janelas da própria casa, achando que a residência estava sendo invadida. Os vizinhos chamaram a polícia.
Ele foi reintegrado em junho de 2021, após entrar com processo contra a Prefeitura de Registro para reaver o cargo. “Teve êxito na ação pelo seu histórico de saúde mental, de que não estava bem à época do pedido de exoneração”, diz o laudo. O clima, no entanto, “não era bom”.
Em maio de 2022, mês anterior à agressão, Demétrius quebrou a câmera de segurança do prédio ao achar que “as pessoas o estavam monitorando”, de acordo com o laudo. “Resolveu esta situação, em acordo com o síndico, arcando com as despesas de reparo. Não buscou atendimento médico”.
Agressão contra chefe
Demétrius foi preso em 23 de junho de 2022, três dias depois de espancar a procuradora-geral do município, Gabriela Samadello, dentro do prédio da prefeitura. A agressão foi filmada e ganhou repercussão à época.
No vídeo, Demétrius dá socos no rosto da procuradora-geral, que tenta se proteger enquanto grita por socorro. Ele ainda a xinga. Outras mulheres que trabalham no local tentaram conter e segurar o homem, que empurrou uma delas contra a porta com força.
“Capacidade prejudicada”
Mesmo na prisão, o procurador registrou episódios de agressividade. No dia 15 de novembro de 2022, na Penitenciária de Tremembé, no interior, ele pegou o estrado da cama, começou a bater na porta da cela e quebrou o vidro usado para vigilância.
Na ocasião, ele alegou que não queria ficar naquela unidade e deveria ser transferido para um local “próximo à casa da sua mãe”.
O procurador compareceu à avaliação da perícia algemado e sob escolta policial. Segundo os peritos, Demétrius teria “capacidade de entendimento prejudicada” e representaria riscos para outras pessoas.
“Apesar de haver suporte familiar, mesmo em contexto protegido e sob tratamento médico adequado, ainda não houve remissão dos sintomas, mantém episódios psicóticos, de alteração do comportamento e de frangofilia”, diz o laudo.
