Procurador que espancou chefe em SP vai para hospital psiquiátrico
Justiça de SP decide que procurador Demétrius Oliveira Macedo, preso por espancar a chefe, deve ser internado em hospital psiquiátrico
atualizado

São Paulo – A Justiça de São Paulo decidiu que o procurador Demétrius Oliveira Macedo, 35 anos, deve ser internado provisoriamente em hospital psiquiátrico estadual. Ele foi preso após espancar sua chefe em Registro, no interior, em junho de 2022.
Um laudo médico concluiu que Demétrios tem esquizofrenia paranoide, uma das patologias mais graves da psiquiatria. Para os médicos, o procurador deveria ser considerado inimputável – ou seja, incapaz de responder pelo crime.
Na decisão, o juiz Raphael Ernane Neves, da 1ª Vara do Júri de Registro, avaliou que a “condição de saúde do acusado” estaria “comprovada”. Segundo o magistrado, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) também concordou com a internação provisória.
“Comprovada a condição de saúde do acusado, bem como a necessidade de manutenção da cautela processual, tenho que é o caso de encaminhamento do requerido à internação, em unidade hospitalar de custódia estatal”, escreveu o juiz.
“Capacidade de entendimento prejudicada”
Demétrius foi preso em 23 de junho de 2022, dias depois de espancar a procuradora-geral do município, Gabriela Samadello, dentro do prédio da prefeitura. A agressão foi filmada e ganhou repercussão à época.

Procuradora-geral de município do interior de SP foi vítima de tentativa de homicídio Reprodução/Redes Sociais

O procurador Demétrius Oliveira Macedo espancou sua chefe – a procuradora-geral do município de Registro, Gabriela Samadello Monteiro de Barros Reprodução

Vídeo mostra homem agredindo procuradora Reprodução

Gabriela Samadello Monteiro de Barros diz que vai pedir pelo afastamento do procurador e que teve pesadelos Reprodução

Funcionária relata comportamento agressivo de Demétrius dias antes das agressões Reprodução

Troca de mensagens de procuradora-geral agredida em SP e funcionária revelam medo de agressor Reprodução

Solteiro e sem filhos, Demétrius Oliveira de Macedo tem 34 anos e recebia um salário bruto de cerca de R$ 9,2 mil como procurador da prefeitura de Registro Reprodução
Peritos do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc), do governo do estado, concluíram que o procurador não tem “capacidade de entendimento prejudicada e capacidade de determinação abolida à época do crime”.
Os médicos também recomendaram que Demétrius passe por tratamento em regime de internação por, no mínimo, 3 anos.