metropoles.com

Sem consenso, Alesp retoma debate sobre aumento de salário de Tarcísio

Projeto que aumenta em 50% salário do próximo governador de São Paulo, do vice e de secretários, tramita em regime de urgência na Assembleia

atualizado

Compartilhar notícia

Fábio Vieira/Metrópoles
alesp sao paulo cpi (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as denúncias contra a operadora de saúde Prevent Senior
1 de 1 alesp sao paulo cpi (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as denúncias contra a operadora de saúde Prevent Senior - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Após duas tentativas frustradas por falta de quórum no plenário, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) retoma nesta terça-feira (22/11) a discussão sobre o projeto de lei que aumenta em 50% os salários do próximo governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do seu vice e dos secretários que irão compor o novo governo a partir de janeiro de 2023.

Na semana passada, Tarcísio admitiu ser “necessário” promover um reajuste no salário do governador, considerado o teto salarial do funcionalismo paulista, para permitir que os servidores recuperem poder de compra — o valor está congelado desde 2019. Ao mesmo tempo, ele defendeu que o porcentual de aumento seja discutido com “responsabilidade” junto com os deputados na Alesp.

Deputados de diferentes partidos ouvidos pelo Metrópoles disseram que as declarações de Tarcísio dificultaram ainda mais a aprovação de um projeto impopular, que beneficia diretamente a elite do funcionalismo. Pelo texto, o salário do governador passaria de R$ 23 mil para R$ 34,5 mil. Já o do vice, Felício Ramuth (PSD), passaria para R$ 32,8 mil, e o dos secretários subiria para R$ 31,1 mil a partir de janeiro.

Embora tenha recebido apoio até do PT quando foi apresentado pela Mesa Diretora da Alesp, em outubro, o projeto foi incluído na pauta do colégio de líderes desta terça sem haver acordo para aprovação em plenário. É na reunião dos líderes que os parlamentares decidem o que será levado a votação em plenário ao longo da semana. No caso do PL do Salário, não há consenso entre as bancadas.

Petistas argumentam que houve quebra de acordo na semana retrasada, quando o presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB), colocou o projeto em votação simbólica, quando não precisa computar o voto de cada parlamentar. O acerto prévio, segundo um deputado da sigla, era votar a favor do projeto caso tivesse o mínimo de 48 votos favoráveis em plenário. Não havia.

Como a deputada Mônica Seixas (PSol) solicitou verificação de presença nas duas sessões consecutivas que o projeto foi pautado e não havia o número mínimo de parlamentares presentes no plenário, a votação foi adiada. Agora, a bancada do PT discute obstruir o projeto, junto com outros partidos de oposição, como PSol e PCdoB, além do Novo.

Pressão

O salário do governador é considerado o teto do funcionalismo paulista. Hoje, um servidor que poderia receber mais do que os atuais R$ 23 mil, tem o valor excedente descontado da folha de pagamento. Entre as carreiras diretamente beneficiadas pelo projeto estão os auditores fiscais e os delegados de polícia.

Nesta terça-feira, a Associação de Delegados de São Paulo pretende levar servidores para a Alesp para pressionar os deputados a aprovarem o projeto. Caso seja aprovada, a proposta provocará um efeito cascata nas demais carreiras públicas do estado. O impacto estimado nos cofres do estado é de R$ 1,5 bilhão, segundo o governo Rodrigo Garcia.

Uma das soluções cogitadas por parlamentares é apresentar o novo texto do projeto, escalonando o aumento de 50% ao longo dos próximos anos, e adicionar reajustes a servidores da “base da pirâmide”, como sugeriu Tarcísio na semana passada. Esse arranjo, contudo, depende de estudos mais detalhados sobre o impacto nas contas do estados e de uma articulação política que nem Garcia nem Tarcísio demonstram ter neste momento.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comPolítica

Você quer ficar por dentro das notícias de política e receber notificações em tempo real?