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Policiais são investigadas por chacota com vítima estuprada por médico

Enfermeira de 47 anos afirma que policiais da 5ª DDM fizeram chacota quando ele questionou sumiço de calcinha apreendida

atualizado

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Em foto colorida homem branco e olhos azuis e cabelos ruivos olha para câmera; várias mulheres afirmam terem sido estupradas por ele - Metrópoles
1 de 1 Em foto colorida homem branco e olhos azuis e cabelos ruivos olha para câmera; várias mulheres afirmam terem sido estupradas por ele - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo – A Corregedoria da Polícia Civil instaurou um procedimento para apurar a conduta de policiais da 5ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) que teriam “feito chacota” com uma enfermeira de 47 anos, vítima de estupro. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo lamentou o atendimento prestado à mulher.

A vítima afirma ter sido abusada sexualmente pelo médico proctologista Paulo Augusto Berchielli, de 63 anos, após uma cirurgia de hemorroida, em 26 de agosto de 2021. Ele seguia foragido até a publicação desta reportagem. Até o momento, seis mulheres o denunciaram por estupro.

A vítima afirmou ao Metrópoles que, após o crime, foram apreendidos na 5ª DDM o vestido, a blusa e a calcinha que ela usou no dia do abuso. Todos os itens foram colocados dentro de sacos plásticos.

Tempos depois, foram divulgados os resultados, negativos, somente do laudo referente ao vestido. “A minha calcinha simplesmente havia sumido, fui na delegacia e cadê ela?”.

O desaparecimento da peça íntima foi questionado pela enfermeira na delegacia da mulher, onde ela afirma ter ido pelo menos 30 vezes.

“Cheguei lá e fui humilhada, nessa delegacia a parede não vai até o teto, aí uma escrivã falava pra outra, ‘você está com a sua calcinha?, porque eu estou com a minha, parece que alguém perdeu a calcinha da moça’. Eles tinham perdido a prova principal do crime, com o sêmen do médico”, afirmou a vítima.

Quando a enfermeira notificou o Ministério Público de São Paulo (MPSP) sobre o caso, tanto a calcinha como o laudo surgiram — isso ocorreu cerca de um ano e meio depois da queixa. A perícia constatou a presença de sêmen na peça íntima.

Berchielli foi denunciado pelo promotor de Justiça Daniel Magalhães Albuquerque Silva, em 9 de agosto. O pedido foi referendado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Em imagem colorida dados de médicos no Cremesp - Metrópoles
Registro profissional de médico suspeito de estupro segue ativo no Cremesp

O que diz a SSP

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou, em nota enviada nesta quinta-feira (26/10) ao Metrópoles, “lamentar o atendimento recebido pela vítima”.

A pasta acrescentou que a Corregedoria da Polícia Civil instaurou um procedimento no qual “apura rigorosamente a conduta dos policiais citados”.

“Todos os laudos periciais, incluindo os das roupas íntimas da vítima, foram concluídos e anexados ao inquérito policial em curso pela 5º Delegacia de Defesa da Mulher (DDM)”.

Defesa e Cremesp

O advogado Daniel Leon Bialski afirma, em nota enviada ao Metrópoles, refutar e negar as acusações feitas contra o médico.

O defensor disse ainda ter firme convicção de que a inocência do cirurgião “será comprovada durante o processo”.

Bialski teve um pedido de habeas corpus negado pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 6 de setembro.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) afirmou investigar o cirurgião, “sob sigilo determinado por lei”.

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