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Vídeo: deputado chama Corregedoria da PM de “covarde” e “arbitrária”

Parlamentar critica órgão fiscalizador paulista por ter aberto investigação após agentes taparem câmeras corporais antes de matar suspeito

atualizado

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1 de 1 conte lopes - Foto: Reprodução/Facebook

São Paulo – O deputado estadual Conte Lopes (PL) afirma, em um vídeo compartilhado em suas redes sociais, que a Corregedoria da Polícia Militar paulista agiu “arbitrariamente e covardemente” ao investigar uma ocorrência, de junho deste ano, em que um suspeito de roubo foi morto por agentes que taparam suas câmeras corporais, quando atiraram contra ele no Guarujá, no litoral de São Paulo.

A atitude dos policiais levou ao indiciamento e a prisão de quatro deles por homicídio, na Justiça comum, além da abertura de uma investigações no Tribunal de Justiça Militar (TJM), por fraude processual, omissão de socorro e falsidade ideológica.

O parlamentar acrescentou ter cobrado, em uma reunião, o deputado federal e ex-policial militar Guilherme Derrite (PL), que será secretário da Segurança Pública no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), para ele que intervenha de forma a proteger policiais que estejam “efetivamente combatendo o crime.”

No encontro, sobre o qual o deputado comentou nessa quarta-feira (14/12), também estariam presentes o coronel Cássio Araújo de Freitas e o delegado Artur José Dian, anunciados como futuros comandantes das polícias Militar e Civil, respectivamente.

No vídeo Lopes ainda questionou a seriedade do trabalho investigativo da Corregedoria, afirmando, sem embasamento, que o órgão teria vazado imagens das câmeras corporais usadas pelos policiais à produção do programa Fantástico, da TV Globo, antes de comunicar o caso ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) ou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Antes do programa de TV, o site Ponte Jornalismo já havia revelado a ação dos policiais, no último dia 7, destacando que o MPSP acatou uma determinação do juiz militar Ronaldo João Roth, feita em 17 de novembro, para o TJSP analisar o assassinato de Kaíque de Souza Passos, de 24 anos, com base nas imagens das câmeras corporais dos policiais.

Apesar de todos os trâmites judiciais, e das imagens em vídeo, o deputado ainda afirma que os PMs “trocaram tiros com bandidos”.

É possível ouvir de um dos policiais envolvidos no caso, em uma das gravações feitas pelas câmeras corporais, que o suspeito estava com uma arma de brinquedo – o que foi confirmado após a morte dele.

A prisão dos policiais Paulo Ricardo da Silva, Israel Morais Pereira de Souza, Diego Nascimento de Sousa e Eduardo Pereira Maciel, todos do 21º Batalhão da PM do Interior, foi determinada nessa quarta-feira (14/12) pela Justiça.

A defesa deles não havia sido localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue à disposição para manifestações.

Derrite, PM e MPSP

Por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado e futuro secretário Guilherme Derrite afirmou “entender” que o deputado Conte Lopes tenha o direito “garantido pela Constituição” para “fazer solicitações ao Executivo.”

“Porém, não vou me posicionar porque trata-se da atual gestão da Secretaria da Segurança Pública. Começo a responder pela pasta em 1º de janeiro”, afirmou por meio de nota.

A PM afirmou, por meio de sua comunicação social, que não iria comentar sobre o caso. O MPSP foi questionado sobre as falas do deputado e não havia se manifestado até a publicação desta reportagem.

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