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Furto de armas: Exército deve responsabilizar ao menos 20 militares

Chefe do Estado-Maior do Sudeste disse que, “brevemente”, militares envolvidos no furto de armas “serão submetidos à prisão cautelar”

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Felipe Resk/Metrópoles
Imagem colorida mostra o General de Brigada Maurício Vieira Gama, Chefe do Estado-Maior do CMSE, um homem branco, vestido com uniforme do exército, com vários microfones à sua frente - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra o General de Brigada Maurício Vieira Gama, Chefe do Estado-Maior do CMSE, um homem branco, vestido com uniforme do exército, com vários microfones à sua frente - Metrópoles - Foto: Felipe Resk/Metrópoles

São Paulo – Ao menos 20 militares devem ser responsabilizados na esfera administrativa pelo furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra do Exército, em Barueri, na Grande São Paulo, e o Comando Militar do Sudeste provavelmente solicitará à Justiça Militar, nos próximos dias, a prisão dos suspeitos.

“Brevemente, militares serão submetidos à prisão cautelar com autorização da Justiça. Isso deve ocorrer em breve com os indícios que nós temos”, disse, neste domingo (22/10), o general Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Sudeste. Segundo ele, há oficiais, sargentos, cabos e soldados na relação de suspeitos de terem cometido alguma transgressão na esfera administrativa para facilitar o furto das armas.

“Nós tínhamos em torno de 20 militares, mas à medida que isso está sendo revisto e apurado, outros militares podem entrar nessa relação de apuração na esfera disciplinar”, disse o general. A penalidade para a transgressão nessa esfera pode ser de até 30 dias de prisão disciplinar.

Até o momento, 17 das 21 metralhadoras foram recuperadas pelas polícias de São Paulo e do Rio: nove em São Roque, no interior paulista, e oito em Gardênia Azul, comunidade da zona oeste do Rio de Janeiro. Todas as metralhadoras calibre 7,62 foram encontradas, mas ainda restam quatro calibre .50, que tem potencial para derrubar aeronaves.

“É um episódio inaceitável da nossa parte e temos total interesse em esclarecer os fatos no mais curto prazo possível”, disse o general.

Até sábado (21/10), 160 militares estavam aquartelados no Arsenal de Guerra em Barueri para colaborarem com as investigações. Parte da tropa foi liberada e, agora, 45 militares permanecem sem poder sair do quartel.

“Esses militares não necessariamente cometeram crimes. Eles negligenciaram na esfera administrativa. Então, contribuíram para o crime, mas não necessariamente cometeram crimes. A apuração para cometimento de crime está sendo apurada pelo inquérito policial militar. Uma coisa é transgressão disciplinar, menos grave. Outra coisa é crime”, explicou o general.

Furto das armas

Conforme revelado pelo Metrópoles na semana passada, criminosos levaram 13 metralhadoras calibre .50, capaz de derrubar aeronaves, e oito calibre 7,62, que perfuram veículos blindados. O furto teria ocorrido entre os dias 5 e 8 de setembro e foi descoberto no último dia 10/10, durante uma inspeção no quartel.

As nove metralhadoras recuperadas no interior de São Paulo foram encontradas na noite de sexta-feira (20/10), enterradas em um lamaçal, numa área de mata isolada. Os policiais interceptaram dois suspeitos que iriam carregar o veículo com o armamento. Houve intensa troca de tiros e a dupla conseguiu fugir.

Segundo o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, as 21 armas furtadas do Exército em São Paulo seriam vendidas para o Primeiro Comando da Capital (PCC) e para o Comando Vermelho (CV).

“A informação da Inteligência é que um grupo retirou esse armamento do quartel, com a participação, de maneira óbvia, de algum militar envolvido, e elas [metralhadoras] tinham o endereço certo. Tanto o Comando Vermelho quanto o PCC seriam os destinatários finais desse armamento”, disse o secretário em entrevista coletiva concedida no sábado.

As duas facções teriam rejeitado o armamento por falta de peças e por causa do estado de conservação das armas.

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