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Febre maculosa tem 5º caso suspeito; mulher foi a show de Seu Jorge

Diretora de Vigilância de Campinas, Andrea Von Zuben, afirma que cidade vive surto de febre maculosa; show foi na mesma fazenda que feijoada

atualizado

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Reprodução/Redes sociais
Imagem colorida de show na fazenda Santa Margarida
1 de 1 Imagem colorida de show na fazenda Santa Margarida - Foto: Reprodução/Redes sociais

São Paulo – A Secretaria de Saúde de Campinas registrou o 5º caso suspeito de febre maculosa. A informação foi divulgada em entrevista coletiva nesta quarta-feira (14/6). De acordo com a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da cidade, Andrea Von Zuben (foto em destaque), trata-se de uma mulher de 38 anos, moradora de Campinas.

Ela está internada em um hospital particular da cidade, aguardando diagnóstico. Os primeiros sintomas começaram a ser registrados em 10 de junho.

De acordo com a diretora de Vigilância, a mulher esteve em um show de Seu Jorge, que ocorreu na Fazenda Santa Margarida, em 3 de junho. O local é apontado pela Secretaria de Saúde como o “provável foco de infecção”.

“Campinas está vivendo um surto de febre maculosa. Temos uma fazenda, chamada Santa Margarida, responsável por alguns grandes eventos. Estão sendo alvo do nosso trabalho dois eventos: no dia 27 de maio ocorreu uma feijoada, e no dia 3 de junho houve um show do Seu Jorge, com a participação de 10 mil pessoas”, disse Andrea.

O quinto caso suspeito é o primeiro relacionado ao show do Seu Jorge. Como a doença leva até 14 dias para se manifestar, podem surgir novos casos. O evento reuniu 10 mil pessoas na Fazenda Santa Margarida.

Quatro dos cinco casos suspeitos evoluíram ao óbito. Nessa terça-feira (13/6), o Instituto Adolfo Lutz confirmou que três pessoas que morreram no último dia 8 foram vítimas da febre maculosa. A causa da morte de uma adolescente de 16 anos ainda é investigada.

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Mariana Giordano, 36 anos; Douglas Costa, 42, namorado dela; e a dentista Evelyn Karoline Santos, 28, de Hortolândia, participaram da Feijoada do Rosa, em 27 de maio. Os três tiveram o diagnóstico de febre maculosa confirmado.

A adolescente Érissa Nicole Santos Santana, 16 anos, acompanhava o pai, que trabalhava no evento. Ela morreu nessa terça; a causa do óbito ainda não foi confirmada.

A Secretaria de Saúde de Campinas acredita que as contaminações tenham ocorrido dentro do estacionamento da Fazenda Margarida. “É onde tem mais mata”, disse Andrea.

A diretora de Vigilância disse que os responsáveis pela fazenda não devem ser responsabilizados.

“Não tem sentido nenhum a gente penalizar. O que acontece? Eles estão dentro de uma área de transmissão. Infelizmente, teve carrapatos infectados ali, porque ali está perto de um curso-d’água, do Rio Atibaia. A gente pediu para eles fazerem um plano de comunicação a partir de agora para os eventos que vão ter lá. Um plano muito bem feito, com placas.”

A fazenda anunciou que fechou as portas por 30 dias para atender às recomendações da prefeitura.

Febre maculosa

A febre maculosa tem cura, mas o tratamento precisa ser iniciado precocemente com antibióticos adequados. O principal sintoma da doença é a febre alta, que pode ser confundida com outras enfermidades.

“Por isso, é importante que o médico sempre pergunte, ou que o paciente relate que esteve em área de vegetação com presença de carrapato ou capivara. Com esse histórico, o tratamento deve ser iniciado imediatamente”, diz Andrea von Zuben.

Os principais sintomas da febre maculosa são:

  • Febre;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Náuseas e vômitos;
  • Diarreia e dor abdominal;
  • Dor muscular constante;
  • Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;
  • Gangrena nos dedos e nas orelhas;
  • Paralisia dos membros, que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando parada respiratória.

Na evolução da doença, também é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas podem aumentar em direção às palmas das mãos, aos braços ou às solas dos pés.

Como é a transmissão?

A transmissão da doença ocorre em ambientes silvestres nos quais exista o carrapato Amblyomma cajennense, popularmente conhecido como carrapato-estrela. Para que ocorra a transmissão, é necessário que o carrapato fique fixado na pele por um período de cerca de quatro horas.

Como se proteger:

Ao realizar trilhas e atividades de lazer ao ar livre, algumas precauções devem ser tomadas para evitar a febre maculosa:

  • Evitar caminhar, sentar e deitar em gramados e em áreas de conhecida infestação de carrapatos;
  • Em áreas silvestres, realizar vistorias no corpo em busca de carrapatos, em intervalos de três horas, para diminuir o risco de contrair a doença;
  • Se forem verificados carrapatos no corpo, não esmagar o carrapato com as unhas, pois ele pode liberar as bactérias e infectar partes do corpo com lesões;
  • Se encontrar o parasita, ele deve ser retirado de leve com torções e com auxílio de pinça, evitando contato com as unhas. Quanto mais rápido forem retirados, menor a chance de infecção;
  • Utilizar barreiras físicas, como calças compridas, com a parte inferior por dentro das botas ou meias grossas;
  • Utilizar roupas claras para facilitar a visualização e retirada dos carrapatos.

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