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Na Espanha, Tarcísio se reúne com empresas condenadas por criar cartel

Tarcísio foi à Europa apresentar programa de privatizações e se reuniu, na Espanha, com duas empresas condenadas a pagar multas milionárias

atualizado

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Governo do Estado de SP
Imagem colorida mostra mesa de reuniões com empresários de um lado e representantes do governo de SP de outro. Todos vestem roupas sociais - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra mesa de reuniões com empresários de um lado e representantes do governo de SP de outro. Todos vestem roupas sociais - Metrópoles - Foto: Governo do Estado de SP

São Paulo — Em seu primeiro dia de um tour de uma semana pela Europa para apresentar a investidores estrangeiros o plano de privatizações do governo paulista, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) teve, nesta segunda-feira (5/2), reuniões com representantes de duas empresas que já foram condenadas a pagar multas milionárias por operar durante 25 anos um cartel que fraudou mais de 11 mil contratos na Espanha.

Os encontros do governo paulista foram com representantes das empresas Acciona e da Sacyr. Ambas estiveram no centro de um escândalo na Espanha que terminou com a condenação de seis companhias, em 2022, ao pagamento de uma multa de 203,6 milhões de euros por formação de cartel.

A multa foi aplicada pela Comisión Nacional de los Mercados y la Competencia (CNMC), órgão que regula competição empresarial na Espanha, instituição similar ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no Brasil.

Segundo as informações reunidas pelas autoridades espanholas, empresários das duas companhias participavam de reuniões semanais para dividir entre si obras de infraestrutura de hospitais, portos, aeroportos e estradas, por meio de acordos que lesavam a administração pública local. O esquema teria começado em 1992. As demais empresas condenadas são a Dragados, a FCC Construcción, a Ferrovial e a Obrascón Huarte Lain.

À Acciona, foi aplicada uma multa de 29,4 milhões de euros (cerca de R$ 157 milhões). Já a Sacyr teve de pagar 16,7 milhões de euros (aproximadamente R$ 89,7 milhões). No comunicado internacional da CNMC sobre as sanções, não há menção a impedimentos para a realização de novos contratos.

As duas empresas são as únicas construtoras espanholas que o governo paulista buscou aproximação neste tour europeu. Em Madri, ainda neste segunda-feira, Tarcísio e sua comitiva também terão tratativas com o Banco Santander.

O governo de São Paulo já tem negócios com a Acciona. Na gestão anterior, do ex-governador João Doria, a empresa assumiu a construção da Linha 6-Laranja do Metrô, uma empreitada de R$ 15 bilhões.

A obra era tocada por um consórcio formado pela Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, mas as empresas perderam capacidade financeira de continuar a construção em 2016, após se tornarem alvo da Operação Lava Jato. A Sacyr também já tem operações no Brasil.

O governador fica na Europa até sexta-feira (9/2). Nesta terça (6/2), ele se encontra com representantes de companhias italianas e, na quarta (7/2), viaja para Paris, capital da França, onde deve ficar até o retorno ao Brasil.

O que diz o governo

Questionado pelo Metrópoles sobre as reuniões com as empresas na Espanha, o governo paulista informou, por meio de nota, que “conta com um robusto programa destinado à atração de investimentos privados em serviços públicos a fim de ampliar as oportunidades de emprego e desenvolvimento socioeconômico, tecnológico, ambiental e industrial em todo o estado”.

Segundo a nota, a carteira de investimentos conta com 20 projetos qualificados, estimados em R$ 220 bilhões. “Desde o ano passado, representantes do governo de São Paulo têm realizado diversas missões para apresentar os projetos a diferentes grupos empresariais e investidores nacionais e estrangeiros. Para participar dos leilões, todos os interessados deverão atender aos pré-requisitos técnicos e legais estabelecidos nos respectivos editais”, afirma.

 

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