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Desde a pandemia, Metrô de SP acumula R$ 3,6 bilhões de prejuízo

Metrô de SP teve prejuízo histórico após número de passageiros diminuir durante a pandemia e receita com venda de passagens cair

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1 de 1 Imagem colorida mostra Aviso de paralisação do Metrô de São Paulo - Metrópoles - Foto: Twitter/Metrópoles

São Paulo – Sem receber subsídios do governo paulista para manter uma operação de qualidade, o Metrô de São Paulo passa por uma grave crise financeira que, segundo relatório interno, já coloca em xeque a capacidade da companhia de manter seus serviços.

Só nos últimos três anos, o Metrô acumulou prejuízo de R$ 3,6 bilhões. A crise teve início a partir de 2020, quando a pandemia de Covid-19 desencadeou uma série de medidas restritivas de circulação de pessoas para conter a disseminação do vírus, impactando diretamente na receita com venda de passagens.

Como a empresa depende majoritariamente da receita tarifária, a arrecadação despencou com a queda do número de passageiros durante a pandemia. Em 2020, por exemplo, a média diária de passageiros transportados na rede da empresa caiu de 3,69 milhões de pessoas por dia para 1,84 milhões. A operação terminou o ano com um prejuízo de R$ 1,7 bilhão.

Em 2021, com a retomada da economia, o cenário se mostrou menos turbulento e o prejuízo foi reduzido para R$ 759 milhões. Porém, no ano passado, conforme relatório divulgado pela empresa neste mês, o prejuízo subiu para R$ 1,2 bilhão.

Segundo informações da empresa, o prejuízo cresceu em 2022 por causa da necessidade de pagamentos de debêntures e outros empréstimos que a empresa havia feito.

Paralelamente, a empresa solicitou no ano passado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um registro inicial de companhia aberta-Categoria B, em movimento futuro para negociação de ações.

Por causa disso, a empresa teve de repassar uma série de informações sobre sua saúde financeira ao mercado. Em um desses informes, a empresa admite: “Em decorrência de prejuízos sucessivos, a Companhia pode não ser capaz de manter liquidez adequada para o cumprimento das obrigações atuais”.

A venda de passagens corresponde a 74% das receitas do Metrô. O governo do Estado repassou no ano passado R$ 321 milhões à empresa porque, por lei, deve reembolsar o Metrô pela gratuidade das passagens de idosos e outras pessoas que têm o mesmo direito, mas o valor responde a menos de 15% das receitas.

Nesta quinta-feira (23/3), os funcionários da empresa entraram em greve. Eles argumentam que não recebem uma bonificação à qual têm direito há três anos. A empresa concordou em abrir as catracas e deixar de cobrar passagem em troca da garantia de que os empregados mantenham os trens em operação.

Subsídios

Outros metrôs do mundo e até outros sistemas paulistas, como a rede de ônibus de São Paulo e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), recebem auxílio dos cofres públicos para garantir suas operações.

Pelo fato de não receber subsídios do governo, o Metrô pode se manter como uma empresa de economia mista, com regras vigentes no setor privado. Desta forma, seus dirigentes podem receber salários acima do teto do funcionalismo do Estado, que é o salário do governador (R$ 32,9 mil).

Todos os diretores da empresa e mais 172 funcionários recebem salários acima do teto. O presidente interino da empresa, Paulo Menezes, por exemplo, recebe R$ 50,2 mil mensais.

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