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Debate final em SP projeta duelo Boulos x Marçal e bombardeio a Nunes

Debate da TV Globo foi marcado pelo confronto entre Boulos e Marçal, Nunes acuado diante dos ataques e Tabata atirando para todos os lados

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Arte de Michael Melo sobre fotos Reprodução TV
Montagem sobre foto dos candidatos à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos, Ricardo Nunes e Pablo Marçal
1 de 1 Montagem sobre foto dos candidatos à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos, Ricardo Nunes e Pablo Marçal - Foto: Arte de Michael Melo sobre fotos Reprodução TV

São Paulo – O último debate da eleição à Prefeitura de São Paulo, promovido pela TV Globo na noite dessa quinta-feira (3/10), mostrou o prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), acuado em meio aos sucessivos ataques dos adversários e projetou confrontos entre o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) e o influenciador Pablo Marçal (PRTB), cotados a avançarem para o 2º turno da disputa na capital paulista.

Horas antes do debate da Globo, o 11º da eleição paulistana, a pesquisa Datafolha mostrou oscilação positiva de Boulos (26%), crescimento de Marçal (24%) e queda de Nunes (24%). Os três estão tecnicamente empatados na liderança, mas as campanhas, nos bastidores, já trabalham com a possibilidade de que o psolista e o candidato do PRTB fiquem na frente no 1º turno, que ocorre no domingo (6/10).

Boulos, inclusive, buscou um acerto de contas com o influenciador, que o acusou, sem apresentar provas, de usar cocaína durante toda a campanha, e levou um exame toxicológico relativo aos últimos 180 dias para comprovar que não faz uso de drogas e desafiou Marçal a fazer o mesmo. Ele mostrou o papel no decorrer do programa, acabou advertido pelo mediador, Cesar Tralli, já que não era permitido levar qualquer objeto para o púlpito, mas não foi punido.

Nunes foi o maior alvo de ataques, mas se atrapalhou em algumas respostas e ficou boa parte do tempo se defendendo, com dificuldade de passar sua mensagem aos eleitores. Até nas considerações finais, o prefeito gastou alguns minutos para explicar o boletim de ocorrência por violência doméstica registrado contra ele por sua mulher, em 2011. No debate anterior, Marçal havia questionado o emedebista 10 vezes sobre o B.O., e ele não havia respondido.

Nessa quinta, Marçal citou o caso uma única vez para se esquivar da acusação feita por Boulos de que ele “tem desprezo pelas mulheres” — o influenciador coleciona falas machistas e tem alta rejeição no eleitorado feminino. Na fala final, Nunes disse que o B.O. foi fruto de um “desentendimento” quando esteve separado da mulher por alguns meses no passado e que não houve agressão.

O prefeito também foi atacado pela deputada federal Tabata Amaral (PSB), que subiu o tom em relação aos outros debates e disparou contra todos os adversários, com exceção de José Luiz Datena (PSDB). O apresentador, mais uma vez, demonstrou dificuldade em impor seus temas, mas teve postura menos dura em relação aos adversários que costuma criticar mais: Nunes e Marçal.

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Ricardo Nunes (MDB), prefeito de SP, divulgando material de campanha
O influenciador Pablo Marçal (PRTB) em agenda de campanha
Candidato José Luiz Datena (PSDB) em campanha no Ipiranga, na zona sul de São Paulo
Tabata conversa com eleitora
Marina Helena (Novo) promoveu um protesto na porta da TV Bandeirantes após ter sido excluída do 1º debate entre candidatos à Prefeitura de SP
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O candidato Guilherme Boulos (PSol) durante comício

Leandro Paiva/Divulgação Boulos
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Ricardo Nunes (MDB), prefeito de SP, divulgando material de campanha

Campanha Ricardo Nunes
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O influenciador Pablo Marçal (PRTB) em agenda de campanha

Reprodução
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Candidato José Luiz Datena (PSDB) em campanha no Ipiranga, na zona sul de São Paulo

William Cardoso/Metrópoles
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Tabata conversa com eleitora

Jessica Bernardo / Metrópoles
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Marina Helena (Novo) promoveu um protesto na porta da TV Bandeirantes após ter sido excluída do 1º debate entre candidatos à Prefeitura de SP

Reprodução- Partido Novo

O debate teve quatro blocos, e os candidatos puderam escolher a quem perguntar. Dois foram com questões livres e outros dois com perguntas temáticas sorteadas pela emissora. A Globo não concedeu nenhum direito de resposta. Ao todo, foram sete pedidos: três de Nunes, dois de Boulos e dois de Marçal. Em função da escalada de violência nos encontros anteriores, cada postulante foi acompanhado por apenas um assessor dentro do estúdio.

Boulos x Marçal

Inicialmente, Boulos e Nunes mantiveram a postura adotada em outros debates ao escantear Marçal e evitar questioná-lo. No primeiro bloco, por exemplo, Marçal seria o último a perguntar a um adversário, conforme determinado por sorteio, e coube a Datena, o penúltimo, fazer uma pergunta ao candidato do PRTB.

O influenciador iniciou o programa com postura mais light do que em debates anteriores e falou sobre propostas, colocando-se como o único candidato que faz campanha “sem dinheiro público” — o partido dele não tem direito ao fundo eleitoral — e sem tempo de televisão, já que o PRTB não tem a representação mínima no Congresso para ter direito à propaganda eleitoral gratuita.

Já no terceiro bloco, Boulos precisou perguntar a Marçal por ter sido o candidato que sobrou e foi aí que teve início o maior confronto do debate. Pouco antes, o ex-coach havia chamado o deputado do PSol de “extremista”, durante uma interação com Datena.

“Estou achando muito esquisito esse perfil que o Marçal apresentou aqui, de lobo em pele de cordeiro. O Marçal acusar alguém de extremista é igual a Suzane von Richthofen acusar alguém de assassinato”, disse o candidato do PSol, que emendou uma pergunta sobre a presença de ex-secretários do ex-prefeito João Doria em sua campanha — o influenciador tem tentado colar o nome de Doria, que abandonou a política com alta rejeição, em Nunes.

Marçal, na resposta, chamou Boulos de “socialista de iPhone”, criticou o repasse de R$ 30 milhões do fundo eleitoral do PT à campanha do psolista e alfinetou a estratégia do deputado de não questioná-lo diretamente quando pôde escolher um candidato. “Você não tem coragem de fazer pergunta pra mim.”

Boulos ironizou, dizendo que “agora o lobo está aparecendo”. Com o tom ainda elevado, o deputado do PSol explorou uma fala antiga de Marçal, na qual ele relacionou a capacidade intelectual de homens e mulheres ao tamanho de seus cérebros. Boulos classificou a declaração como “horrorosa” e questionou: “Por que você odeia tanto as mulheres?”.

Marçal respondeu de forma mais dura, dizendo que era “papinho de esquerdopata maluco” e chamou Boulos de “depredador”. O influenciador concluiu o embate voltando a artilharia contra Nunes, fazendo a referência ao boletim de ocorrência por ameaça feito pela primeira-dama Regina Nunes contra o prefeito em 2011. “Quem não gosta de mulher é quem tem boletim de ocorrência por agressão contra a mulher”, disse o candidato do PRTB.

Tabata contra todos

Em 4º lugar nas pesquisas, Tabata não poupou críticas aos três adversários do pelotão de cima e declarou que, em todas as pesquisas, aparecia como vitoriosa em eventuais segundos turnos contra Nunes, Boulos e Marçal.

“Está todo mundo muito fofinho, apertando os olhinhos, bem bonitinho. Mas não se esqueçam de como eles se portaram nos últimos debates”, disse ela a respeito das condutas mais polidas de seus adversários, que reduziram os ataques pessoais no encontro da Globo.

Tabata disse que Nunes é “pequeno demais” para a cidade, questionou Boulos novamente sobre mudanças de posicionamento a respeito do desarmamento das polícias e atacou até mesmo Marçal, que está com o braço engessado desde o debate no qual levou uma cadeirada de Datena. “Esse homem está a três semanas com esse gesso cenográfico”, disparou.

Marçal, por sua vez, ironizou a postura da deputada e disse que ela “tem a síndrome de Ciro Gomes de ganhar de todo mundo”, em referência ao fato de o mandatário do PDT ter se colocado como alternativa à polarização nas eleições de 2018 e 2022 e não ter sequer avançado ao segundo turno.

O único poupado por Tabata foi Datena, com quem ela teve trocas mais amistosas. O apresentador quase foi o seu vice na chapa nestas eleições, mas decidiu se lançar candidato pelo PSDB. A atuação dele no debate cumpriu tabela, com perguntas genéricas sobre os temas da cidade.

O debate

O debate da Globo foi o 11º e último encontro entre os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo antes do primeiro turno, que ocorre no domingo (6/10). Participam Guilherme Boulos (PSol), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB).

Segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (3/10), Boulos (26%), Marçal (24%) e Nunes (24%) estão tecnicamente empatados na liderança. Tabata aparece em quarto, com 11%, seguida por Datena, com 4%, e Marina Helena (Novo), com 2%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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