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Caso Porsche: relatório dos Bombeiros já apontava sinais de embriaguez

Motorista do Porsche, empresário Fernando Filho, de 24 anos, é réu por homicídio doloso e lesão corporal gravíssima e teve prisão decretada

atualizado

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Imagem colorida de homem branco, ao lado de mulher branca de óculos, ambos com camiseta branda ao lado de PM na rua - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de homem branco, ao lado de mulher branca de óculos, ambos com camiseta branda ao lado de PM na rua - Metrópoles - Foto: Reprodução/PMSP

São Paulo – Em relatório de ocorrência, o Corpo de Bombeiros registrou que o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, apresentava sinais de embriaguez na hora em que bateu o seu Porsche e causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, na Avenida Salim Farah Maluf, zona leste de São Paulo.

O documento do Corpo de Bombeiros, obtido pelo Metrópoles, foi registrado na madrugada de 31 de março, ao atender a ocorrência do acidente envolvendo o Porsche e o Renault Sandero, conduzido pela vítima. O relatório, no entanto, só foi apresentado no inquérito policial após a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MPSP).

“Condutor e passageiro aparentemente etilizados”, diz o registro, em referência a Fernando Filho e ao estudante Marcus Vinicius Machado Rocha, 22 anos, que estava de carona do carro de luxo. O amigo do empresário fraturou quatro costelas, precisou ser hospitalizado e perdeu o baço.

Já o empresário estava “sem lesões” e permaneceu no local, “acompanhado dos pais, aguardando procedimento”, segundo o relatório. Os bombeiros também afirmam que, após o atendimento, deixaram o local “em segurança aos cuidados da PM”.

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Em seguida, Fernando Filho recebeu permissão dos PMs para ir embora, sem fazer o teste do bafômetro. Os agentes responsáveis pela liberação indevida também são alvos de investigação.

Prisão decretada

Na sexta-feira (3/5), o desembargador João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decretou a prisão preventiva do motorista do Porsche, acolhendo um recurso do MPSP apresentado no dia anterior.

Antes, juízes da primeira instância haviam recusado três pedidos de prisão contra Fernando Filho – duas delas preventiva e outra temporária (por 30 dias). Ao mandar o empresário para a cadeia, o desembargador também revogou as outras medidas cautelares que haviam sido impostas, como proibição de se aproximar de testemunhas, mas manteve a fiança de R$ 500 mil.

Nesse sábado (4/5), policiais civis foram até o prédio onde o empresário mora, na zona leste da capital, para cumprirem o mandado de prisão, mas não o encontraram. Por isso, ele era considerado foragido da Justiça até a manhã deste domingo (5/5).

A defesa dele disse que pretende ter uma audiência com o juiz na próxima segunda-feira (6/5), antes de ele se apresentar. O objetivo dos advogados é solicitar que o empresário seja encaminhado para Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo, conhecida como a “Cadeia dos Famosos“, por questão de segurança.

No dia do acidente, câmeras de monitoramento flagraram Fernando Filho dirigindo o Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, em altíssima velocidade (veja abaixo) quando bateu na traseira do Renault Sandero de Ornaldo. O motorista de aplicativo foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu de traumatismo cranioencefálico.

Laudo do Instituto de Criminalística apontou que a velocidade média do Porsche era de 156 km/h. Quando se apresentou à polícia, contudo, mais de 36 horas após o acidente, o empresário disse que estava “um pouco acima da velocidade máxima permitida”, que é de 50 km/h.

À polícia, o estudante Marcus Vinicius Machado Rocha disse que Fernando Filho havia ingerido bebida alcóolica antes, contrariando o depoimento do dono do Porsche. Antes do acidente, os amigos e suas respectivas namoradas foram a um restaurante, onde o grupo consumiu nove drinks, e depois a uma casa de pôker, com open bar.

Câmeras corporais

A análise das imagens das câmeras corporais dos PMs que atenderam a ocorrência mostra o momento em que Fernando Filho é liberado do local do acidente junto com a mãe, sob a justificativa de que iria procurar atendimento médico.

Na denúncia, a promotora assinala que a liberação foi feita “indevidamente” e sugere que a Justiça Militar investigue possível caso de corrupção passiva da policial envolvida.

De acordo com Monique, a policial teria “cedido a pedido” da mãe de Fernando e “liberado o responsável [pelo acidente] em estado de flagrância”, para que ele fosse ao hospital, “sem escolta ou vigilância”.

As imagens também mostram que os policiais estavam sem bafômetro — o uso do equipamento, porém, não seria o único recurso para constatar a suposta embriaguez do empresário. Nesse ponto, segundo declarou até o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a equipe falhou.

A conduta dos PMs que liberaram a saída de Fernando é investigada pela corporação. A Polícia Civil também investiga a situação, a pedido da Justiça.

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