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É melhor aguardar mais um tempo para fazer previsões

Debates, sabatinas e entrevistas mostram melhor os candidatos do que programas gratuitos produzidos e editados

Autor Hélio Doyle

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
1º debate Metrópoles – pré-candidatos ao GDF
1 de 1 1º debate Metrópoles – pré-candidatos ao GDF - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Começou nesta quinta-feira (16/8) uma campanha eleitoral diferente das anteriores, em uma eleição que certamente será objeto de muitos estudos posteriores, tantas são as suas peculiaridades e imprevisibilidades. A campanha eleitoral, na verdade, já estava em andamento, sob o subterfúgio das “pré-candidaturas”. Os “pré-candidatos” estão há tempos fazendo suas campanhas à vontade, com a hipócrita restrição, apenas, de não “pedir voto” publicamente.

A partir de agora, a péssima legislação eleitoral brasileira (que nem merece estudos, mas o lixo) permite que os candidatos, livres do ridículo “pré” e devidamente registrados e numerados, possam distribuir panfletos que sujam as ruas, fazer carreatas antiecológicas, perturbar as pessoas com carros de som e fazer comícios repletos de bandeiras e chavões, entre outras atividades de campanha que muito pouco ou nada servem para esclarecer os eleitores. Além, claro, de aumentar a quantidade de banners, mensagens e filmetes nos nossos celulares, mas podendo, agora, pedir voto!

Na noite desse primeiro dia de campanha “oficial” haverá o primeiro debate entre candidatos ao governo de Brasília em um canal aberto, na TV Band. É nos debates, sabatinas e entrevistas, apesar da rigidez imposta pela lei e pelo tempo, que os candidatos se apresentam mais ou menos como são na verdade. Apesar de ensaiarem as perguntas e as respostas, e serem preparados para se apresentar bem, os debates, sabatinas e entrevistas – nos meios de comunicação, universidades, entidades – mostram melhor e com transparência os candidatos e suas propostas do que as inserções e os programas gratuitos produzidos e editados.

Neste primeiro debate televisivo não estarão, infelizmente, todos os candidatos, como deveria ser em uma disputa com igualdade de oportunidades. A TV Band resolveu adotar um dos absurdos da lei eleitoral, que limita o direito de participar aos partidos que tenham pelo menos cinco parlamentares federais. Por isso, quatro candidatos ficarão de fora, sendo dois outsiders que trazem ideias novas e diferentes para a campanha: Alexandre Guerra, do Novo, e Paulo Chagas, do PRP. Os dois outros alijados, Antônio Guillen (PSTU) e Renan Arruda (PCO), aproveitam a campanha para pregar a revolução socialista.

A partir de agora tendem também a proliferar as pesquisas de opinião, bem ou mal-intencionadas. Bem-intencionadas quando o objetivo é o de apenas apontar as tendências do eleitorado. Mal-intencionadas quando são deliberadamente falseadas para serem usadas na campanha eleitoral. Em 2014, aliás, um instituto divulgou uma pesquisa, poucos dias antes da eleição, dando vitória a Jofran Frejat, quando todas as demais pesquisas mostravam que Rodrigo Rollemberg seria eleito. Cumprindo o roteiro da enganação, um jornal publicou a pesquisa falsa e foi reproduzido no programa eleitoral de Frejat.

Incertezas
Pesquisas quantitativas, nas primeiras semanas de campanha e antes de pelo menos 15 dias de programas eleitorais na TV, apenas indicam o comportamento momentâneo dos eleitores e as tendências de alta e de baixa, ou de estabilidade. Não definem resultados, ou mesmo favoritos, ou dão certezas, ainda mais em eleição com 11 candidatos. O que vale para fazer projeções é a série histórica, ou seja, a sequência de pesquisas feitas pelo mesmo instituto com a mesma metodologia.

A comparação entre números de pesquisas diferentes não tem sentido, a não ser o de fazer propaganda. O maior problema das pesquisas geralmente não está nelas, mas na maneira como seus resultados são interpretados, manipulados e divulgados – ou por incompetência dos que não sabem lê-los ou por má-fé dos que usam os números para ajudar ou prejudicar algum candidato.

Como em todas as eleições, há favoritos, aqueles que são mais conhecidos e saem na frente nas pesquisas. Mas a história das eleições mostra que muitos favoritos sequer vão para o segundo turno e muitos “sem chance” ganham a cadeira em disputa. Nessa que formalmente começa hoje, está mais difícil ainda fazer previsões, seja para presidente da República, com 13 candidatos, para o governo local, com 11, ou para o Senado, com 19. É melhor esperar os debates, os programas gratuitos e o que mais vier nessa campanha eleitoral mais curta e feita sob medida para os que têm mandato, dinheiro e tempo na televisão. Mas que pode surpreender.

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