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Mercadante oficializa Barbosa e Campello na diretoria do BNDES

Depois de anunciar leva de executivos do setor privado, Aloizio Mercadante diz que Nelson Barbosa e Tereza Campello serão diretores do BNDES

atualizado

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TV Senado/ Reprodução
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1 de 1 nelson barbosa comissão senado - Foto: TV Senado/ Reprodução

Aloizio Mercadante anunciou novos nomes para a diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Depois de indicar cinco executivos mais alinhados com o mercado, o futuro presidente do banco estatal confirmou que os ex-ministros Nelson Barbosa e Tereza Campello também devem compor o corpo de executivos da instituição. A informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico.

Os indicados foram confirmados em um almoço organizado por um grupo de empresários, em São Paulo. Mercadante teria levado ao evento os cinco executivos nomeados inicialmente, mas Nelson Barbosa e Tereza Campello não estavam presentes. Ainda não há indicação de qual nome ocupará cada diretoria.

A decisão de nomear executivos com passagens pelo setor privado foi vista como um “afago” ao mercado, que guardava certo receio sobre um eventual retorno do BNDES ao papel de subsidiador de crédito. Por outro lado, ao cravar que Barbosa e Campello estarão entre os diretores, Mercadante confirma a intenção de Lula de manter uma “cota” de nomes relacionados ao PT.

Nelson Barbosa chefiou as pastas do Planejamento e Fazenda durante o governo de Dilma Rousseff. Antes, o economista fez parte do segundo escalão do ministério da Fazenda do segundo mandato de Lula. Barbosa é parte da equipe que comandou a ampliação de gastos e isenções fiscais durante o último mandato da ex-presidente.

Já Tereza Campello foi ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome entre 2011 e 2016, janela que engloba os dois mandatos de Dilma. No Ministério, a economista era responsável pela gestão do Bolsa Família e por programas como Brasil Sem Miséria.

Diretoria alinhada ao mercado

Os executivos que acompanharam Mercadante no almoço podem ser divididos em dois grupos: os que atuam ou atuaram no mercado financeiro e os que guardam mais proximidade com a vida pública.

Da cota do setor financeiro privado vieram: Alexandre Abreu, ex-presidente do Banco Original e do Banco do Brasil; Natalia Dias, presidente do Standard Bank Brasil, um dos maiores bancos do continente africano, e Luciana Costa, presidente da unidade brasileira do banco de investimentos Natixis.

Foram indicados, ainda, José Luis Gordon. presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), uma organização social ligada a diversos ministérios, e Luiz Navarro de Britto, ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) e ex-conselheiro da Petrobras.

Embora os nomes do setor privado transitem muito bem pelo mundo empresarial, é importante lembrar que alguns deles já tiveram relação com governos petistas. A decisão foi vista por analistas como uma tentativa de Mercadante de “afagar” o mercado, sem abrir mão da influência partidária na composição da sua equipe.

Desde a semana passada, quando o Congresso aprovou uma mudança na Lei das Estatais que beneficiaria Lula e abriria espaço para Mercadante assumir a presidência do BNDES, as ações de empresas estatais foram penalizadas na Bolsa de Valores.

Os investidores interpretaram a mudança na Lei como uma intenção por parte do futuro governo de aparelhar e interferir na condução de empresas públicas ou de capital misto, como é o caso da Petrobras.

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