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Geraldo Rufino nega esquema para fugir de dívidas: “Tenho uma família de empreendedores”

Metrópoles revelou que império do empresário Geraldo Rufino, conhecido como “catador de sonhos”, está na mira da polícia

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Foto colorida do empresário Geraldo Rufino sentado de camisa azule sorrindo - metrópoles
1 de 1 Foto colorida do empresário Geraldo Rufino sentado de camisa azule sorrindo - metrópoles - Foto: Site/Reprodução

O empresário Geraldo Rufino negou, nesta sexta-feira (11/8), ter montado um esquema com empresas em nome de supostos laranjas para fugir de dívidas cobradas por credores na Justiça. Ao Metrópoles, ele afirmou ser vítima de empresas que buscam cobrar o que ele “não deve” por meio de ações contra negócios de seus parentes e pessoas próximas.

Como o Metrópoles revelou nesta sexta-feira, o império de Geraldo Rufino, que é conhecido como “catador de sonhos” e diz ter a maior rede de desmanche de veículos pesados da América Latina, é alvo de investigações e decisões judiciais que envolvem fraudes milionárias e diversos crimes, como falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e clonagem de veículos.

Quatro dias após ser procurado pela reportagem, Rufino encaminhou um áudio nesta sexta-feira para se defender das suspeitas levantadas sobre os seus negócios. Segundo ele, nenhuma das empresas que estão sendo cobradas ou investigadas pertence a ele.

“Eu tenho uma família de empreendedores. Na minha família, somos 150 pessoas, e mais de 40 têm CNPJ. Sobrinho, filho de sobrinho, irmã, tio. O meu time, quando eles crescem comigo, eu mesmo ajudo eles a montar o negócio deles. Eu tenho pelo menos 25 pessoas que trabalharam comigo que têm a minha atividade”, afirma o empresário.

“Nós somos 150 pessoas na família. Pelo menos 120 têm o sobrenome Rufino. Então, essas pessoas acham que é tudo meu. Se fosse, eu não tava em recuperação judicial. A única empresa que é minha é a que está em RJ”, completa.

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Rufino afirmou ao Metrópoles que, como ele tem ajudado os parentes, “acham” que os negócios são dele. “Eu sei que existem pessoas que tentam me ligar nisso quando tem uma coisa errada, mas nunca conseguiram porque é uma narrativa que não fecha, não é verdade. E eu sempre fui muito transparente, eu nunca neguei para ninguém que eu quebrei seis vezes, mas nunca fugi do meu problema”, afirma.

O empresário afirma que não há nenhum credor na recuperação judicial da JR Diesel — única empresa que reconhece como sua e uma gigante do ramo de desmanche legal de caminhões — que não esteja recebendo. Como mostrou o Metrópoles, grandes empresas do setor de logística, como a JSL, a locadora Movida, e a Vamos, do ramo de locação de caminhões, fazem cobranças que alcançam cifras milionárias na Justiça. E questionam o processo de recuperação judicial.

Rufino afirma ter se desentendido com o filho, que era CEO da JR Diesel, e afirma que Guilherme contraiu a dívida com o grupo JSL. Ele afirma que era amigo de Fernando Simões, dono da empresa, e que, por “consideração e respeito” resolveu ser fiador, junto com a esposa da dívida do próprio filho. Ele afirma que pagou a dívida “enquanto pôde e eles foram colocando multas”. “Eu perdi juridicamente porque não tinha na época como contratar um bom advogado e negociar o justo e estamos assim até hoje: eu quero pagar o valor com correção de lei e eles alegando que são R$ 15 milhões”.

Sem citar nomes, Geraldo Rufino afirma que está sendo pressionado por ter sido “fiador” de seu filho, Guilherme Rufino. “E agora ele (credor) usa o poder do dinheiro, a força do dinheiro, porque eles são muito grandes, para poder manipular, dar informação”.

O filho do empresário foi alvo de mandado de prisão temporária na Operação Fiat Lux, da Polícia Federal (PF), no ano passado, pela suspeita de clonagem de chassis do Exército. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou uma movimentação 16 vezes maior do que seu patrimônio declarado à Receita Federal. A empresa investigada fica na sede da JR Diesel, companhia comandada pelo pai. Sobre a operação da PF, Rufino afirma que seu filho foi vítima de um golpe de uma cooperativa e acabou aparecendo na investigação. “Conseguimos provar que ele não sabia da operação, era coisa da cooperativa e o rolo não era dele”, diz.

“Se fosse verdade (o esquema com laranjas), eles tinham derrubado minha RJ (recuperação judicial). E por que eles não derrubam a RJ? Porque não é verdade. Eu não devo a eles. Não devo o que eles dizem que eu devo. A dívida não é minha, é do meu filho, e eu só fui solidário porque achei que (o credor) era amigo, eu não ia deixar ele na mão porque ele fez negócio com meu filho confiando porque era meu sobrenome. Era a única coisa. O resto é narrativa”, afirma.

Rufino ainda afirma que as empresas do sobrinho que estão investigadas pela Polícia Civil não têm relação com ele. “Ele é meu sobrinho, filho da minha irmã. Eu comecei primeiro  [nos negócios] e comecei a ajudá-los. Eles são bons de empresa, mas as empresas dele não tem nada a ver comigo. A Polícia não chegou em mim e é porque não tem nada. Eu nem faço negócios com meu sobrinho”, diz.

Rufino também nega ter empresas localizadas em posto de gasolina. “A única empresa que eu tenho chama-se J Rufinus Diesel há 34 anos”, disse. As empresas sediadas em um posto de gasolina foram citadas pela própria defesa da irmã de Rufino, que afirma à Justiça alugar um imóvel do empresário em um escritório em um posto de gasolina em Osasco.

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