metropoles.com

Em novo revés para o BTG, Justiça desbloqueia R$ 1,2 bi da Americanas

Decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro reverte liminar obtida pelo banco BTG Pactual para reaver R$ 1,2 bilhão da Americanas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
btg-pactual
1 de 1 btg-pactual - Foto: null

A Americanas obteve, na Justiça, o direito de reaver cerca de R$ 1,2 bilhão bloqueados pelo banco BTG Pactual. Em despacho, o desembargador Flávio Horta Fernandes, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, determinou a suspensão do bloqueio, promovido pelo banco, de tais valores em conta da varejista.

Em disputa judicial com a Americanas desde o último dia 13, o BTG havia conseguido uma liminar para garantir o congelamento dos valores, como garantia de pagamento parcial de uma dívida de mais de R$ 3 bilhões.

Fernandes alegou que, como a Americanas está em processo de recuperação judicial, o bloqueio promovido pelo banco não é devido.

“Considerando a existência de efetivo deferimento do processamento da recuperação judicial, […] além da suspensão de todas ações e execuções contra as Recuperandas (a Americanas), sobretudo a proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre seus bens, […] suspendo o bloqueio em conta do banco BTG Pactual e determino a reversão dos valores à ação de recuperação judicial”, escreveu o desembargador, na decisão.

No último dia 11, a Americanas informou ter identificado uma diferença contábil de R$ 20 bilhões em seu balanço. A possível manipulação de dados para maquiar o endividamento real da empresa coloca em risco o futuro do negócio e a capacidade de a empresa honrar as dívidas que contratou nos últimos anos, inclusive com o BTG.

Litígio histórico

Na primeira liminar protocolada pelo banco, os defensores do BTG alegavam, entre outras coisas, que o caso é “a maior fraude corporativa de que se tem notícia na história do país” e insinuaram que os acionistas de referência (Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, o trio do 3G) estavam cientes da manipulação no balanço.

“O caso em questão é a triste epítome de um país. Os três homens mais ricos do Brasil, ungidos como uma espécie de semideuses do capitalismo mundial ‘do bem’, são pegos com a mão no caixa daquela que, desde 1982, é uma das principais companhias do trio”, diz um trecho do pedido de liminar do BTG.

Não bastasse sugerir que três dos homens mais ricos do país foram pegos “com a mão no caixa” da Americanas, o documento ainda defendeu que o trio “construiu seu império em bases que não são tão sólidas quanto parecem”.

O conteúdo do pedido judicial do BTG dividiu o mercado. Alguns analistas e gestores acreditam que as acusações fazem parte de um teatro para desgastar a imagem dos sócios de referência da Americanas. Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles detêm 31% das ações da varejista.

Pressionado, o trio poderia topar colocar dinheiro na Americanas, para remediar o endividamento de mais de R$ 40 bilhões e estancar rapidamente a crise.

Os bancos desejam que eles façam uma capitalização (injeção de recursos na empresa, por meio da compra de novas ações) de mais de R$ 10 bilhões. Até agora, a contraproposta do 3G que estaria na mesa seria de R$ 6 bilhões, valor considerado insuficiente pelos bancos, dado o tamanho do estrago.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?