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Cripto: em meio a onda de saques, Binance projeta “meses turbulentos”

No início da semana, maior empresa de cripto do mundo teve saques de US$ 1,9 bilhão (R$ 10,1 bilhões) em apenas 24 horas

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1 de 1 changpeng-zhao-binance2 - Foto: Reprodução

Em meio a uma onda de saques que totalizaram quase US$ 2 bilhões (R$ 10,6 bilhões) em retiradas no início desta semana, a Binance, maior exchange de criptomoedas do mundo, alertou os funcionários, por meio de um memorando interno, que os próximos meses serão “turbulentos” para o mercado de criptoativos.

“Embora esperemos que os próximos meses sejam turbulentos, vamos superar esse período desafiador e seremos mais fortes por ter passado por isso”, escreveu o CEO da companhia, Changpeng Zhao, na carta aos funcionários e colaboradores.

Os saques aconteceram quando os usuários assumiram a custódia direta de suas moedas, após críticas à Binance sobre o relatório de auditoria da corretora, publicado na semana passada.

Desde que explodiu a crise que levou à falência a FTX, até então a segunda maior empresa de criptoativos do mundo, a forma como essas exchanges de criptomoedas lidam com os depósitos feitos pelos clientes passou a ser severamente contestada por usuários, agências reguladoras e líderes políticos.

Em nota, a Binance informou que sempre teve “fundos mais do que suficientes” para atender aos pedidos de retirada. “Os ativos dos usuários na Binance são todos garantidos e a estrutura de capital da Binance é livre de dívidas”, informou a empresa.

Na terça-feira (13/12), a empresa de dados blockchain Nansen relatou que a Binance teve saques de US$ 1,9 bilhão (R$ 10,1 bilhões) em um período de 24 horas – a maior saída de recursos desde junho. Em sete dias, os usuários retiraram US$ 3,7 bilhões (R$ 19,8 bilhões).

Changpeng Zhao disse ainda aos funcionários da Binance que o colapso da FTX trouxe “escrutínio extra e perguntas difíceis” sobre a companhia, mas que tudo seria devidamente esclarecido. “Nossa organização foi construída para durar e sobreviverá a qualquer inverno cripto”, afirmou.

Na quarta-feira (14/12), o CEO da Binance anunciou que, aos poucos, os depósitos dos clientes estavam retornando aos níveis normais.

“Inverno cripto”

A nova versão do chamado “inverno cripto” – período em que as cotações de criptomoedas caem de forma expressiva, levando a perdas enormes para os investidores que possuem esses ativos em carteira – vem sendo marcada por quebras de empresas, pânico sobre perdas generalizadas, corrida por saques e incertezas em relação ao futuro.

“A volatilidade desses ativos é naturalmente grande, com altas vertiginosas e baixas muitas vezes ainda mais rápidas”, explicou Isac Costa, professor do Ibmec e sócio do Warde Advogados, em entrevista ao Metrópoles. “Há um ditado de que o mercado sobe de escada e cai de elevador. No caso do mercado cripto, ele sobe de elevador e cai de montanha russa.”

A descida dos criptoativos pela montanha russa foi impulsionada pelo colapso da FTX, que desencadeou uma crise em escala global.

No início de novembro, uma reportagem publicada pelo site CoinDesk revelou que a FTX passava por uma delicada situação financeira. O balanço patrimonial da Alameda Research (empresa-irmã da FTX) tinha 75% de ativos não líquidos – que não podem ser negociados rapidamente.

Os outros 25% desses ativos eram compostos pelo token FTT, um tipo de criptoativo emitido pela própria FTX. Ficou claro que a companhia teria de vender muitos desses tokens no mercado, o que derrubaria a cotação do ativo.

O episódio causou uma crise de confiança generalizada no mercado cripto, o que vem afetando também cotações de ativos que não estão relacionados ao caso FTX.

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