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“Castelo de cartas” e “mentiras”: começa julgamento de fundador da FTX

Ex-dono da FTX, Sam Bankman-Fried pode pegar mais de 100 anos de prisão caso condenado no tribunal do júri. Ele responde a 8 acusações

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1 de 1 Imagem colorida de Sam Bankman-Fried - Foto: Reprodução/Facebook

Onze meses depois da falência da corretora de criptomoedas FTX, começou, na terça-feira (3/10), o julgamento do ex-bilionário Sam Bankman-Fried, de 31 anos, fundador da empresa.

O empresário é alvo de oito acusações criminais, incluindo fraude eletrônica, conspiração, fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro. Se condenado, ele pode pegar uma pena total de até 115 anos de prisão.

O ex-CEO da FTX pode pegar 20 anos de prisão por cada acusação de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro, além de cinco anos por cada fraude no mercado de valores mobiliários e no financiamento de campanhas políticas.

De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários e Câmbio dos EUA, o fundador da FTX orquestrou “uma fraude massiva, desviando bilhões de dólares dos fundos de clientes da plataforma de negociação para seu próprio benefício pessoal e para ajudar a aumentar seu império criptográfico”.

De acordo com a investigação, as fraudes na FTX podem ter causado um prejuízo estimado em US$ 8,7 bilhões a investidores em todo o mundo.

A Promotoria dos Estados Unidos afirma ter reunido mais de 1,3 mil provas de crimes praticados por Bankman-Fried. Os promotores federais pretendem chamar investidores, ex-clientes e ex-funcionários da FTX para prestar depoimentos.

“Castelo de cartas”

No primeiro dia de julgamento, representantes do Departamento de Justiça do governo americano afirmaram que o império construído por Bankman-Fried era um “castelo de cartas” que foi “construído sobre mentiras”.

“Ele despejou dinheiro de outras pessoas em investimentos e gastou esse dinheiro de todas as maneiras consigo mesmo”, disse o procurador Nathan Rehn diante de um júri composto por 12 pessoas.

Segundo o procurador, há provas de que o ex-bilionário “mentiu para seus clientes” e utilizou recursos indevidamente para “comprar dinheiro, poder e influência”.

A defesa do fundador da FTX, por sua vez, afirma que o empresário sempre agiu de boa-fé e que a falência da companhia se deveu, entre outros fatores, ao rápido crescimento e às condições de mercado na época.

“Ele não pretendia roubar ninguém”, disse o principal advogado da defesa, Mark Cohen, aos jurados.

Tentativa de intimidação

Os promotores alegaram que Bankman-Fried teria tentado intimidar uma das testemunhas no processo, Caroline Ellison, ex-CEO da Alameda Research, braço de investimentos da FTX, e ex-namorada do empresário.

Em dezembro do ano passado, Ellison afirmou, em depoimento, que a FTX tinha plena consciência de que estava enganando credores e utilizando dinheiro dos investidores para inúmeras operações de crédito e outras negociações. Ela se declarou culpada nas acusações de fraude e passou a colaborar com os promotores federais de Manhattan.

Investigações apontaram que o dinheiro recebido por Bankman-Fried se misturava aos fundos da Alameda Research e era usado para financiar investimentos em vários empreendimentos, além de compra de imóveis e doações políticas – tudo isso sem o conhecimento dos investidores.

Idas e vindas na prisão

No fim de 2022, Bankman-Fried, que havia sido preso, foi solto pela Justiça após pagar fiança de US$ 250 milhões (o equivalente a quase R$ 1,3 bilhão). O acordo tomou como base a parte de Bankman-Fried na casa da família, em Palo Alto, além de uma longa lista de requisitos para que o acusado permanecesse em liberdade no decorrer do processo.

Em agosto, a Justiça americana determinou a volta de Bankman-Fried à prisão. Ele cumpria prisão domiciliar na residência de seus pais, em Palo Alto, na Califórnia, desde dezembro do ano passado.

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