metropoles.com

Campos Neto defende meta de inflação e diz que juro “já foi mais alto”

Presidente do BC diz que a decisão sobre a taxa básica de juros é “coletiva e técnica” e repete que a inflação tem caído “muito lentamente”

atualizado

Compartilhar notícia

Edilson Rodrigues/Agência Senado
roberto-campos-neto
1 de 1 roberto-campos-neto - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a defender o atual regime de metas de inflação adotado no Brasil.

Ao participar de um debate no Senado sobre juros, crescimento e inflação, que também conta com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (27/4), o chefe da autoridade monetária reconheceu que a taxa de juros é alta no país, mas está abaixo da média histórica e da média recente.

A meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano é de 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75% – índice bem inferior aos mais de 6% projetados pelo mercado para o fim de 2023.

“Nós temos um sistema de metas, que funcionou muito bem. É um sistema que funcionou em todos os países”, disse o presidente do BC. “Temos uma meta que vem caindo e chega a 3% em 2024. A meta é determinada pelo governo e o BC tem autonomia para executá-la.”

Juros

Sobre a taxa de juros, atualmente em 13,75% ao ano (o que significa um juro real na faixa dos 8%), Campos Neto disse que o índice já esteve em patamares muito superiores.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.

Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta os juros, o objetivo é segurar a demanda aquecida, o que se reflete nos preços — os juros mais altos encarecem o crédito e, assim, ajudam a conter a atividade econômica, com menos dinheiro em circulação.

“O juro real brasileiro é alto, sim, mas já foi muito mais alto. Ele está, inclusive, abaixo da média histórica e da média recente. Não estou defendendo juro real alto, só estou dizendo que é uma ferramenta utilizada”, explicou.

Segundo o presidente do BC, a decisão sobre a taxa básica de juros é “coletiva e técnica” e “leva em consideração muitas variáveis, domésticas e internacionais”. “Olhamos a inflação corrente, a capacidade da economia crescer sem inflação e também expectativas e projeções”, afirmou.

“A inflação do curto prazo tem caído, mas muito lentamente. Os núcleos continuam altos”, observou Campos Neto. “Nosso diagnóstico é que a inflação não é uma inflação de oferta e, portanto ,precisa do trabalho que vem sendo feito.”

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?