Banco americano classifica desempenho do Bradesco como “feio e frustrante”
Para o J.P Morgan, não só o “efeito Americanas” derrubou o balanço do Bradesco; inadimplência entre pequenas e médias empresas preocupa
atualizado

O banco J.P Morgan, com sede nos Estados Unidos, resumiu a situação do balanço do Bradesco com duas palavras que não costumam aparecer em relatórios financeiros: feio e frustrante.
O documento de análise, distribuído a clientes do J.P Morgan, lembrou que o lucro de R$ 1,5 bilhão do Bradesco no último trimestre de 2022 veio abaixo do esperado e foi um dos piores ,”se não o pior”, já registrado pelo banco.
Os analistas ponderam que boa parte do lucro foi consumido pela baixa contábil (provisão) da dívida de quase R$ 5 bilhões que a Americanas tinha com o Bradesco. Mas as preocupações vão além disso.
A inadimplência da carteira de crédito das pequenas e médias empresas, por exemplo, é um fator preocupante. Quando os juros estavam baixos, o Bradesco abriu a torneira do fluxo de concessão de crédito. Agora que a Selic está em 13,75%, os negócios menores têm mais dificuldade em pagar suas dívidas, o que aumenta a inadimplência nos financiamentos.
“Chegamos na pandemia com uma taxa de juros que não condizia com o país. Em função disso, talvez tenhamos concedido mais crédito do que deveríamos”, afirmou Octavio de Lazari Júnior, presidente do Bradesco, em teleconferência ao mercado.
Tudo isso possivelmente significará, no futuro, mais provisões para cobrir calotes e lucros mais magros.