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Aluguel de carro por app tem custo até 70% menor que Uber

Empresas como Turbi e Awto ofertam aluguel de carro a partir de R$ 0,50 por minuto; plano é concorrer com locadoras e até com Uber

atualizado

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1 de 1 Turbi-locação-carro-aplicativo - Foto: Divulgação

Manter um carro próprio deixou de ser uma opção para boa parte dos brasileiros. Seja pela disparada dos custos fixos, como seguro, combustível e IPVA, ou por uma questão de conveniência, a compra de um veículo não é mais um sonho a ser alcançado.

Há cerca de 10 anos, o crescimento dos aplicativos de transporte, como Uber e 99, foi a primeira solução para quem precisava se locomover de carro, mas não podia ou não desejava recorrer aos táxis, transporte público ou outros meios nas ruas. Uma década se passou e há, agora, uma aposta nova para atender a esse público: a locação de carro por aplicativo.

Empresas como a brasileira Turbi e a chilena Awto querem revolucionar o mercado local de transporte ao oferecer o serviço de aluguel de veículos sem as regras engessadas das locadoras tradicionais, como Localiza e Movida.

A primeira inovação é o tempo de uso: ao contrário das locadoras, que cobram diárias cheias, essas empresas permitem que o usuário alugue o carro por algumas horas ou até alguns minutos. A locação fracionada é uma solução para quem precisa do veículo para fazer apenas trajetos do dia-a-dia, como uma ida a uma consulta médica ou até ao trabalho.

“Um carro próprio passa mais de 90% do tempo parado. É ineficiente para o proprietário e para a própria cidade”, diz Leonardo Bieberbach, CEO da Awto.

A empresa, fundada em Santiago, no Chile, em 2016, começou a operar no Brasil no final do ano passado. O custo do serviço parte de R$ 0,50 por minuto (ou R$ 30 a hora) para a locação de um sedan. É possível, ainda, alugar SUVs, utilitários e até veículos híbridos.

Para cada quilômetro rodado, o usuário paga mais R$ 0,90. Se o carro ficar parado, como ocorre, por exemplo, durante as compras em uma ida ao supermercado, a empresa cobra apenas 20% da tarifa (ou R$ 0,10 por minuto, no caso do sedan).

Por enquanto, o serviço está disponível apenas em parte da cidade de São Paulo, com uma frota de cerca de 200 carros. A empresa também possui 200 motos elétricas que podem ser locadas pelo aplicativo. Nos próximos anos, a Awto planeja alcançar uma frota de 3 mil veículos e chegar a outras capitais, como Curitiba, Brasília e Belo Horizonte.

Um grande diferencial dos aplicativos é que o usuário pode deixar o carro em qualquer local de acesso público (estacionamentos, shoppings, prédios comerciais etc.) dentro do mapa de cobertura do serviço, que inclui, basicamente, o centro expandido da capital paulista.

“Quando é permitido que o cliente finalize a corrida em um ponto diferente do que ele pegou o carro, essa passa a ser uma alternativa para cobrir diversas necessidades. Você pode alugar o carro para ir ao trabalho e voltar de transporte público, ou pode usar o aplicativo para complementar uma parte de um trajeto”, reforça o CEO da Awto. Ele diz que, em viagens mais concorridas, como uma ida ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o custo do serviço é até 70% menor que o de um aplicativo como Uber.

A geração que não quer ser dona de um carro

A opção por uma solução diferente de mobilidade, que não a compra de um veículo, fica óbvia, quando se leva em conta o custo de manter um veículo na garagem.

Primeiro, o preço de aquisição de um veículo disparou nos últimos anos. Basta lembrar que o carro zero-quilômetro mais barato à venda no Brasil parte da casa dos R$ 68 mil. Isso sem falar no custo do IPVA (4% do valor do veículo ao ano), seguro, manutenção e combustível.

As empresas que oferecem a locação por aplicativo empacotam todos esses custos no valor da tarifa. O usuário não precisa abastecer o veículo, mas, se for necessário, ele encontrará um cartão-combustível dentro do porta-luvas. Apenas custos extras (como pedágios e cobranças de estacionamentos) não estão inclusos no preço final.

Comodidade é palavra-chave para o público-alvo que as empresas do segmento pretendem atingir. Na Turbi, 80% dos clientes têm entre 25 e 45 anos, como conta Luiz Bonini, diretor de crescimento da empresa. Com uma frota de 3 mil veículos, alugar um carro da Turbi custa a partir de R$ 17 por hora. São cinco categorias de veículos disponíveis: hatch, sedan, SUV, SUV especial e carros esportivos.

Para utilizar o serviço, basta baixar o aplicativo, fazer um cadastro e reservar o carro em um dos 400 pontos espalhados pela região da Grande São Paulo. É possível encontrar veículos em shoppings, estacionamentos, padarias e até pet shops. Como o carro é destrancado pelo próprio aplicativo do usuário, o serviço funciona 24 horas e 7 dias por semana, sem a necessidade de um funcionário da empresa para ajudar.

Questionado sobre qual o principal concorrente direto da Turbi, Bonini é certeiro: “o carro próprio”. A empresa também ofereça a opção de locação por mês, em um modelo similar ao das locadoras, a um custo mensal que parte de R$ 2,3 mil. Mas a maior parte das viagens é feita em trajetos curtos, em tarifas fracionadas.

“É uma opção para quem precisa do uso intensivo de um carro, mas não quer comprar um, para não se preocupar com todos os custos fixos, como manutenção, IPVA e seguro”, explica Bonini. Para aumentar a frota, a empresa emitiu debêntures (títulos de dívida privada) no mercado no ano passado e recebeu aporte de fundos de investimento.

Embora haja uma questão comportamental (e geracional) impulsionando o crescimento das plataformas, Bieberbach, da Awto, diz ser cético em relação ao senso comum de que o carro está fora dos planos dos mais jovens.

“Entendo que a característica de não querer dirigir ou não querer usar o carro é transitória, até mesmo para a geração Z. Conforme essas pessoas vão evoluindo na carreira e na vida pessoal, a necessidade acaba transformando o desejo. Ao se casar e ter filhos, por exemplo, esses jovens clientes acabam usando nosso serviço para viajar com a família. A diferença é que, agora, eles não precisam comprar imediatamente um carro para ter tal comodidade”, diz o CEO da Awto.

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