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Zelensky minimiza cessar-fogo e desacredita Rússia: “São só palavras”

O líder ucraniano foi categórico ao comentar a sinalização russa de pausa nos ataques. “Nada concreto”, resumiu

atualizado

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Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu Agency via Getty Images
Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, em meio à autoridades do governo e primeiros-ministros tcheco e polonês. Ele olha para o lado e usa traje esportivo em cor militar - Metrópoles
1 de 1 Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, em meio à autoridades do governo e primeiros-ministros tcheco e polonês. Ele olha para o lado e usa traje esportivo em cor militar - Metrópoles - Foto: Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu Agency via Getty Images

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, desacreditou totalmente um cessar-fogo no país e induziu que a Rússia não cumpre o que promete.

Na noite desta quarta-feira (30/3), em pronunciamento gravado, o líder ucraniano foi categórico ao comentar a possível pausa nos ataques. “Nada concreto”, resumiu.

Zelensky classificou como “são só palavras” o compromisso russo de frear os bombardeios, sobretudo em Kiev, capital e coração do poder.

“Não acreditamos em ninguém. Em nenhuma bela construção verbal. Há uma situação real no campo de batalha. E agora, esta é a coisa principal, não vamos entregar nada. Lutaremos por cada metro de nossa terra, por cada um de nosso povo”, concluiu.

Movimento de tropas

O governo dos Estados Unidos admitiu que está monitorando a movimentação das tropas russas na Ucrânia após a promessa de frear bombardeios contra Kiev, capital e coração do poder. O Pentágono, órgão de segurança norte-americano, considerou “tímida” as modificações até o momento.

Nesta quarta-feira (30/3), em pronunciamento em Washington, o porta-voz das Forças Armadas, John Kirby, afirmou que menos de 20% das forças russas que estavam no entorno de Kiev foram reposicionadas.

Segundo ele, os russos podem readaptar e mandar suprimentos para que eles sejam empregados novamente em novos ataques contra a Ucrânia.

John Kirby garantiu que algumas das tropas russas podem estar em Belarus, mas não detalhou a informação.

Mercenários

O porta-voz repetiu a acusação norte-americana de que o governo russo mandou mil mercenários para a região de Donbass, que é separatista pró-Rússia. Lá estão as cidades de Luhansk e Donetsk.

John Kirby disse que os soldados contratados foram levados para esta região tratada como “prioridade” pelo governo de Moscou

O governo russo mandou recados ao Ocidente e à Ucrânia sobre o possível fim da guerra. O país comandado pelo presidente Vladimir Putin demonstrou não acreditar em um desfecho rápido para o conflito.

Nesta quarta, ao realizar pronunciamento em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, foi cauteloso sobre um possível acordo de cessar-fogo.

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Peskov declarou que “ainda não há sinais de avanço e que não houve nada a ser descrito como realmente promissor”. Além disso, avisou que ainda haverá um “longo período de trabalho pela frente”.

Vale ressaltar que a Rússia não trata a luta armada no Leste Europeu como guerra, mas sim, como uma “operação militar especial”.

Nova estratégia

O governo russo confirmou que redistribuiu tropas de seu Exército para sitiar a região separatista pró-Rússia de Donbass, onde estão as cidades de Donetsk e Luhansk, no leste ucraniano.

O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, explicou que as tropas russas que estavam realizando ofensivas em Kiev, capital e coração do poder, e Chernihiv irão se “reagrupar”.

Segundo a agência estatal de notícias RIA, a intenção é que os militares se reúnam para “libertar a região de Donbass”. Essa seria uma “segunda fase” da invasão, uma vez que Shoigu disse que os objetivos da primeira fase foram concluídos.

A declaração do ministério veio um dia depois de a Rússia garantir que reduziria as operações perto de Kiev e Chernihiv.

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