A Rússia anunciou nesta sexta-feira (13/5) que irá interromper o fornecimento de eletricidade para a Finlândia a partir de 1h da manhã deste sábado (14/5). Segundo o país liderado por Vladimir Putin, a medida será tomada por falta de pagamentos. A informação foi dada pela RAO Nordic, subsidiária da empresa russa Inter RAO.
O anúncio vem um dia após a Finlândia dizer que pedirá a entrada na Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan). Na quinta-feira, após o anúncio da Finlândia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a entrada do país na Otan é “definitivamente” uma ameaça à Rússia. Ele disse que a Finlândia se juntou aos passos hostis dados pela União Europeia.
A RAO Nordic afirmou que foi “forçada a suspender a importação de eletricidade” porque “não é capaz de fazer pagamentos pela eletricidade importada da Rússia”. A empresa ressalta que é a primeira vez em 20 anos que isso ocorre.

Divulgação/Otan

Otan é a sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar intergovernamental criada em 4 de abril de 1949, após o final da Segunda Guerra MundialGetty Images

Os países signatários do tratado, na época, eram a Bélgica, França, Noruega, Canadá, Islândia, Países Baixos, Dinamarca, Portugal, Itália, Estados Unidos, Luxemburgo e Reino UnidoOtan

Quando criada, reunia países ocidentais e capitalistas, liderados no contexto da bipolaridade formada entre os Estados Unidos (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no período da Guerra FriaDirck Halstead/Getty Images

A Otan tinha por objetivos impedir o avanço do bloco socialista no continente europeu, fazendo frente à URSS e seus aliados da Europa oriental, além de fornecer ajuda mútua a todos os países membrosKeystone/Getty Images

A aliança era baseada em três pilares: a defesa coletiva dos Estados membros, impedir o revigoramento do militarismo nacionalista na Europa e encorajar a integração política europeiaGetty Images

O período de bipolaridade entre EUA e URSS dividiu o mundo. Os dois países e seus respectivos aliados mantinham-se em alerta para eventuais ataques bélicosGetty Images

A Otan investiu em tecnologia de defesa, na produção de armas estratégicas e também espalhou pelas fronteiras soviéticas sistemas de defesa antimísseisDavidLees/Getty Images

Na fase final da Guerra Fria, a organização passou a assumir novos papéis. Em 1990, sob ordem do Conselho de Segurança da ONU, a Otan interveio no conflito da ex-Iugoslávia. Foi a primeira vez que agiu em território de um Estado não-membroGetty Images

Em 2001, a Otan anunciou a aplicação do princípio da segurança coletiva: um ataque feito a um país membro seria um ataque contra todos os demaisGetty Images

Como os ataques terroristas ocorridos em setembro de 2001 foram considerados atos de guerra pelo governo norte-americano, a cláusula foi acionada. Por esse motivo, a organização participou da invasão ao Afeganistão Scott Nelson/Getty Images

Além de ver o terrorismo como nova ameaça, a Otan colaborou com operações de paz e realizou ajuda humanitária como, por exemplo, na ajuda aos sobreviventes do furacão Katrina, em 2005Getty Images

Soldados da Otan também realizaram operações militares em zonas conflituosas do mundo, como o Bálcãs, o Oriente Médio e o Norte da ÁfricaGetty Images

Atualmente, a aliança é composta por 30 países, localizados principalmente na Europa. O último país a integrar a Otan foi a Macedônia do Norte, em 2020Getty Images

Bósnia e Herzegovina, Geórgia e Ucrânia são os três países classificados como “membros aspirantes” da organização. Porém, para a Rússia, a perspectiva da antiga república soviética Ucrânia se juntar à Otan é impensável Getty Images
A operadora do sistema de transmissão da Finlândia, Fingrid, confirmou que a interrupção no fornecimento de energia importada da Rússia seria devido a dificuldades nos pagamentos. A empresa ressalta, no entanto, que a eletricidade na Finlândia não está ameaçada, uma vez que as importações russas nos últimos anos cobriram apenas 10% do consumo total do país.
“A falta de importação de eletricidade da Rússia será compensada importando mais eletricidade da Suécia e gerando mais eletricidade nacional”, afirmou Reima Päivinen, vice-presidente sênior de operações do sistema de energia da Fingrid.
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