O número de refugiados que deixaram a Ucrânia ultrapassou 5 milhões, segundo anúncio feito pela ONU nesta quarta-feira (20/4). Simultaneamente, o Ministério da Defesa russo anunciou que a quantidade de força empregada contra os ucranianos, mesmo depois do acordo para reduzir os ataques, aumentou. Nesta quarta, por exemplo, ocorreram mais de mil ofensivas no país invadido.
De acordo com dados apurados em 2020, a Ucrânia abrigava 44,13 milhões de pessoas. Segundo o governo do país, pelo menos 2 mil pessoas morreram no confronto diplomático que teve início no dia 24 de fevereiro. O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, informou que 5.010.971 de habitantes fugiram da nação.

Diante do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o termo "corredores humanitários" tem sido utilizado no noticiário internacional para se referir à retirada de civis da área de conflito e para o fornecimento de suprimentos para as regiões ucranianas dominadas por tropas russasGetty Images

Os corredores são zonas desmilitarizadas, ou seja, não são ocupadas por forças militares e funcionam como uma forma de acesso legal dos civis a áreas fora da guerraGetty Images

A Organização das Nações Unidas (ONU) considera os corredores humanitários uma das formas possíveis de uma pausa temporária em um conflito armadoGetty Images

Os corredores são necessários quando as cidades estão sitiadas e a população está sem suprimentos básicos de alimentos, eletricidade e água. Para funcionar, todas as partes envolvidas no conflito concordam com a pausa temporáriaGetty Images

Na maioria dos casos, os corredores humanitários são negociados pela ONU. Às vezes, eles também são criados por grupos locaisGetty Images

Eles podem ser usados também para contrabandear armas e combustível para cidades sitiadas. Por outro lado, observadores da ONU, ONGs e jornalistas os utilizam para obter acesso a áreas contestadas Getty Images

O acesso aos corredores humanitários é determinado pelas partes em conflito. Geralmente, é limitado a atores neutros, à ONU ou a organizações de ajuda como a Cruz VermelhaGetty Images

Eles também determinam o tempo, a área e quais meios de transporte – caminhões, ônibus ou aviões – podem usar o corredorGetty Images

Corredores humanitários foram criados desde meados do século 20. Durante o chamado "Kindertransport", de 1938 a 1939, crianças judias foram evacuadas para o Reino Unido de áreas sob controle nazistaGetty Images

Corredores humanitários também foram criados durante o cerco a Sarajevo, na Bósnia, entre 1992 e 1995, e para a evacuação da cidade de Ghouta, na Síria, em 2018 Getty Images

Em casos raros, as zonas são organizadas apenas por uma das partes em conflito. Isso aconteceu com o transporte aéreo americano após o bloqueio de Berlim pela União Soviética, de 1948 a 1949 Getty Images
No total, a guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas de suas casas (inclusive de uma cidade para outra, por exemplo). Mais de 5 milhões seguiram para países vizinhos, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU).
A maioria dos fugitivos recorreu a nações como Polônia, Eslováquia, Hungria e Romênia, onde voluntários e governos se esforçam para ajudar os refugiados.
“Eles deixaram para trás suas casas e famílias. Muitos fariam qualquer coisa, e alguns até arriscam voltar, para ver seus entes queridos. Mas cada novo ataque destrói suas esperanças. Apenas o fim da guerra pode pavimentar o caminho para a reconstrução de suas vidas”, disse o chefe da Acnur.
A fuga dos habitantes ucranianos está acontecendo, principalmente, por meio dos corredores humanitários, que são zonas desmilitarizadas, ou seja, que não são ocupadas por forças militares e funcionam como uma forma de acesso legal dos civis a áreas fora da guerra.
Veja post de Filippo Grandi:
5 million people have now fled Ukraine.
They have left behind their homes and families. Many would do anything, and some even risk going back, to see their loved ones.
But every new attack shatters their hopes. Only an end to the war can pave the way for rebuilding their lives.
— Filippo Grandi (@FilippoGrandi) April 20, 2022
Ataques
Os ataques russos, entretanto, só aumentam. De acordo com o Ministério de Defesa da Rússia, só nesta quarta aconteceram mais de mil. Segundo o órgão russo, suas tropas quadriplicaram as investidas desde o início da semana. Na madrugada de terça-feira (19/4), os militares realizaram pelo menos 1,2 mil ataques. O número é quatro vezes maior que os 315 ataques feitos na segunda-feira (18/4).
A maioria desses ataques ocorreu no leste da Ucrânia, onde Moscou tenta tomar cidades. Entre elas, está a de Kreminna.
O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, alegou que todos os bombardeios foram realizados contra alvos militares ucranianos. O governo de Kiev, porém, acusa as tropas russas de atacarem deliberadamente regiões onde há civis.