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Ex-arcebispo acusa papa de mentir ao negar que sabia de casos de abuso

Carlo Maria Viganò é crítico de longa data do Vaticano. Acusações foram feitas durante mensagens trocadas com jornal americano

atualizado

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RICARDO MAZALAN/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
PAPA REZA O ANGELUS EM CARTAGENA
1 de 1 PAPA REZA O ANGELUS EM CARTAGENA - Foto: RICARDO MAZALAN/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Carlo Maria Viganò, ex-arcebispo e crítico de longa data do Vaticano, quebrou meses de silêncio nessa segunda-feira (10/06/2019) ao acusar o papa Francisco de “mentir descaradamente” por negar ter conhecimento das acusações de abuso sexual contra um cardeal americano.

Viganò foi uma espécie de embaixador do Vaticano nos Estados Unidos. Ele disse ao jornal americano The Washington Post, em uma série de e-mail, que Francisco e o antecessor, o papa emérito Bento XVI, deveriam esclarecer o que sabiam sobre os supostos abusos cometidos durante décadas pelo ex-cardeal Theodore McCarrick.

É “imensamente triste que Francisco minta descaradamente a todos para encobrir seus erros na alegada proteção de McCarrick”, afirmou. “Como alguém, especialmente um papa, poderia esquecer isso?”, questionou.

“Bento XVI e João Paulo II são seres humanos e certamente podem ter cometido erros”, comentou. “Se cometeram, queremos saber sobre eles. Por que mantê-los escondidos? Todos nós podemos aprender com nossos erros”, finalizou.

Ele apontou ainda que a responsabilidade de divulgar documentos sobre a atuação de papas no caso McCarrick é do Vaticano — “se eles ainda não os destruíram”, provocou. “A hora ainda não chegou para que eu divulgue qualquer coisa. Os resultados de uma investigação honesta seriam desastrosos para o atual papado”, disse. (Com informações da Agência Estado)

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