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Primeiro-ministro Boris Johnson renunciará, diz imprensa britânica

Desgastado por escândalo sexual envolvendo ministro e baixas no primeiro escalão, Boris Johnson deve deixar liderança do Partido Conservador

atualizado

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Tolga Akmen – WPA Pool/Getty Images
O primeiro ministro inglês, Boris Johnson
1 de 1 O primeiro ministro inglês, Boris Johnson - Foto: Tolga Akmen – WPA Pool/Getty Images

Depois de várias baixas de ministros britânicos, sob alegação de que o premiê Boris Johnson não está apto a governar, a renúncia do primeiro-ministro britânico como líder do Partido Conservador é dada como certa nesta quinta-feira (7/7). Segundo a imprensa britânia, ele pode deixar o cargo a qualquer momento, o que significa que seu mandato como premiê também vai se encerrar.

A Sky e a BBC informam que o primeiro-ministro concordou em desistir do cargo, encerrando um impasse sem precedentes no Reino Unido. Também estão prevendo a queda do premiê os jornais The Telegraph, The Times, Independent, The Sun, Mirror e The Guardian.

Editor político da BBC, Chris Mason escreveu no Twitter: “Boris Johnson vai renunciar como líder do Partido Conservador hoje”.

Um porta-voz do primeiro-ministro informou que ele fará declaração à nação nesta quinta, marcada para as 9h de Brasília. A expectativa é que Boris anuncie também que pretende permanecer no cargo de premiê até outubro, quando ocorre o congresso anual do Partido Conservador e um novo nome pode ser anunciado pela legenda, que tem maioria no Parlamento britânico.

Assédio sexual

A situação de Boris ficou insustentável nos últimos dias. A crise se acirrou após Boris Johnson ser acusado de ignorar denúncias de assédio sexual contra o ministro Christopher Pincher. O premiê supostamente sabia das queixas, mas, ainda assim, teria optado por nomear Pincher como vice-líder do governo no Parlamento.

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Na quinta-feira (30/6), Pincher renunciou ao cargo de vice-líder do Partido Conservador, após ser acusado de apalpar dois convidados em um jantar privado na noite anterior. Em carta enviada a Johnson, ele admitiu que havia bebido demais, causado incômodo e “envergonhado” outras pessoas.

O caso ganhou ainda mais visibilidade após Simon McDonald, um ex-funcionário do Ministério das Relações Exteriores, alegar que Downing Street — gabinete do primeiro-ministro — mentiu ao dizer que não sabia de denúncias anteriores de assédio contra Pincher.

As novas polêmicas causaram ainda mais frustração a parlamentares da legenda, que estariam cansados de defender um governo considerado por muitos como marcado por escândalos.

Saídas de ministros

Ao todo, 50 integrantes do governo do Reino Unido deixaram seus cargos nas últimas 48 horas. Desses, 15 são do alto escalão. Entre eles, estão: Will Quince, ministro das Crianças e Famílias; Robin Walker, ministro de estado para os Padrões Escolares; e Laura Trott, secretária parlamentar particular do Departamento de Transportes.

A debandada teve início após os secretários de Finanças e de Saúde de Johnson deixarem os cargos, na madrugada de terça-feira (5/7). Eles alegaram ter “perdido a confiança” no premiê, depois do escândalo de assédio sexual envolvendo Christopher Pincher vir à tona.

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