Maduro critica Cúpula das Américas: “Está condenada ao fracasso”
Segundo presidente venezuelano, ao invés de ser uma ocasião para o encontro dos países do continente, tornou-se um espaço para desacordo
atualizado
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou a Cúpula das Américas neste domingo (15/4), acusando o evento de intolerância ideológica e assegurando que a cúpula está “condenada ao fracasso”. Depois de uma reunião em Caracas com o presidente da Bolívia, Evo Morales, Maduro considerou o encontro de dois dias, ocorrido em Lima, anacrônico, porque, ao invés de ser um espaço para o encontro dos países do continente, tornou-se um espaço para desacordo.
“Começo a ver o possível fim da Cúpula das Américas por intolerância ideológica e intolerância política”, disse o presidente venezuelano. Maduro não foi convidado para o evento, mas ressaltou que, além da ausência de vários líderes, o fracasso do encontro continental também ficou evidente, porque não houve acordo em nenhuma área. O governo peruano cancelou o convite enviado a Maduro para participar da cúpula, pois a Venezuela quebrou os princípios democráticos e estava se tornando uma ditadura.
Em Lima, ausências como as do presidente de Cuba, Raúl Castro, e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foram sentidas, além de outras. Trump permaneceu em Washington para coordenar uma resposta a um suposto ataque químico realizado em Douma, na Síria. Os EUA foram representados pelo vice-presidente Mike Pence.Sobre o anúncio do presidente da Argentina, Maurício Macri, e de outros governantes da região de não reconhecerem o resultado das eleições presidenciais venezuelanas, marcadas para 20 de maio, Maduro disse que “o importa é as instituições e o povo as reconhecerem”. De acordo com Maduro, para ele não importa o que presidentes como Macri, Michel Temer e o colombiano Juan Manuel Santos pensam.
“Vou dar uma lição aos combatentes imperialistas Macri, Temer e Santos: eles serão derrotados”, disse. Evo Morales, aliado do governo socialista venezuelano, expressou solidariedade a Maduro e ressaltou que não é uma questão se os governos “submissos ao império” não reconhecerem as eleições, fazendo referência aos EUA. Para o presidente boliviano, o importante é os governos revolucionários da região “serem reconhecidos pelo nosso povo”.