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Em grave crise, Venezuela vai às urnas. Maduro busca reeleição

Além do atual presidente, candidato independente Henri Falcón e evangelista Javier Bertucci também concorrem no pleito

atualizado

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@NicolasMaduro
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1 de 1 nicolás maduro urnas eleição venezuela - Foto: @NicolasMaduro

Os venezuelanos participam neste domingo (20/5) de eleição presidencial na qual se espera que Nicolás Maduro consiga um segundo mandato de seis anos, apesar da profunda crise que agrava a escassez de alimentos, dispara a inflação e derruba a produção petroleira do país.

Mais de 1 milhão de pessoas fugiu do território nos últimos anos em busca de vida melhor. Enquanto isso, quem permanece enfrenta horas em filas para comprar alimentos subsidiados e retirar dinheiro em espécie, algo agora quase impossível de encontrar.

Pesquisas mostram que a maioria dos venezuelanos culpa Maduro pelos crescentes problemas. Mas ele aparece como favorito, em parte porque seus principais rivais boicotaram a disputa, diante da desconfiança com a autoridade eleitoral, controlada por partidários do governo. “Hoje é um dia histórico eleitoral”, afirmou Maduro, vestido com camisa vermelha, após votar no oeste da capital, acompanhado da mulher e do filho.

O presidente acusou os Estados Unidos de promoverem uma “campanha feroz” para afetar a disputa presidencial. Segundo ele, essas ações “não puderam” impedir o processo. Ele pediu “respeito” ao mundo, após mais de 20 governos dizerem que não reconhecerão os resultados.

“Não é possível seguir jogando com governos irresponsáveis da direita oligárquica e corrupta da América Latina para pressionar a Venezuela, isolar a Venezuela”, afirmou, considerando esse comportamento “criminoso”.

Maduro disse também que, se vencer, lançará “governo de unidade nacional”, insistirá no diálogo e fará mudanças na economia para impor um novo sistema de preços e de distribuição e comercialização, sem dar detalhes.

Principal rival do atual presidente, o candidato independente Henri Falcón enfrenta o duplo desafio de competir contra um líder poderoso e ainda convencer os venezuelanos a desafiar o boicote às urnas, convocado pela principal coalizão opositora.

Ele promete dolarizar os salários, aceitar ajuda humanitária e buscar socorro no Fundo Monetário Internacional (FMI), opções rejeitadas por Maduro. “Juro que libertarei a Venezuela da ditadura”, afirmou no fim da campanha, na quinta-feira (17), na cidade natal de Barquisimeto.

Também disputa o evangelista Javier Bertucci, que oferecia sopa em seus comícios.

Papa Francisco
O papa Francisco afirmou que o “querido” povo e os governantes da Venezuela devem escolher a paz e a unidade, no momento em que o país vota para presidente. Em mensagem aos fiéis na Praça São Pedro, neste domingo, o pontífice pediu para que “o Espírito Santo dê a todo o povo venezuelano, a todos, aos líderes, ao povo, a sabedoria de encontrar um caminho de paz e unidade”.

Francisco também rezou pelos presos que morreram sábado em uma rebelião no país. Defensores dos direitos humanos afirmam que 11 pessoas foram mortas na rebelião neste fim de semana em uma cadeia venezuelana.

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