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OMS declara varíola dos macacos emergência internacional de saúde

Decisão foi tomada após reunião do comitê de especialistas que analisa a situação do vírus ao redor do mundo, na última quinta-feira (21/7)

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
imagem de tubos de ensaio sinalizando resultado positivo para varíola dos macacos
1 de 1 imagem de tubos de ensaio sinalizando resultado positivo para varíola dos macacos - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, decidiu, neste sábado (23/7), que a varíola dos macacos é uma emergência de saúde pública de interesse internacional.

A decisão foi tomada após reunião do comitê de especialistas que analisa a situação do vírus ao redor do mundo, na última quinta-feira (21/7). Segundo Tedros, no decorrer do encontro, o grupo não conseguiu chegar a um consenso sobre transformar ou não a doença em emergência internacional.

Tedros, no entanto, decidiu alterar o status de alerta do vírus mesmo sem uma decisão do comitê. “Temos um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo, por meio de novos modos de transmissão sobre os quais entendemos muito pouco”, disse.

A OMS declara emergência internacional quando existe um “evento extraordinário” que traz risco à saúde pública de outros estados, por meio da disseminação internacional da doença. O status foi adotado em outros surtos ao longo da história, como a crise do H1N1, em 2009, e do zika vírus, em 2016.

Para tomar a decisão, Tedros considerou cinco elementos: crescimento de casos em países que nunca registraram o vírus; critérios do Regulamento Sanitário Internacional para declarar emergência internacional; falta de consenso no comitê de emergência; princípios científicos; e o risco à saúde humana.

De acordo com a OMS, no atual surto, já foram computados 16 mil casos de varíola dos macacos em 75 países.

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A doença foi diagnosticada pela primeira vez nos seres humanos em 1970. De acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente, maioria homossexual ou homens que fazem sexo com homens (HSH), especialistas desconfiam de uma possível contaminação por via sexual, além de pelo contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração
Segundo o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC),  "qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode espalhar a varíola de macacos por contato com fluidos corporais ou itens compartilhados (como roupas e roupas de cama) contaminados"
Inicialmente, a varíola de macacos é transmitida por contato com macacos infectados ou roedores, e é mais comum em países africanos. Antes do surto atual, somente quatro países fora do continente tinham identificado casos na história
Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem
O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias
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Recentemente, diversos países têm registrado casos de pacientes diagnosticados com varíola de macaco, doença rara causada pelo vírus da varíola símia. Segundo a OMS, a condição não é considerada grave: a taxa de mortalidade é de 1 caso a cada 100. Porém, é a primeira vez que se tornou identificada em grande escala fora do continente africano

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A doença foi diagnosticada pela primeira vez nos seres humanos em 1970. De acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente, maioria homossexual ou homens que fazem sexo com homens (HSH), especialistas desconfiam de uma possível contaminação por via sexual, além de pelo contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração

Lucas Ninno/ Getty Images
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Segundo o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), "qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode espalhar a varíola de macacos por contato com fluidos corporais ou itens compartilhados (como roupas e roupas de cama) contaminados"

Roos Koole/ Getty Images
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Inicialmente, a varíola de macacos é transmitida por contato com macacos infectados ou roedores, e é mais comum em países africanos. Antes do surto atual, somente quatro países fora do continente tinham identificado casos na história

seng chye teo/ Getty Images
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Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem

Wong Yu Liang / EyeEm/ Getty Images
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O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias

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Por ser uma doença muito parecida com a varíola, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação

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Apesar de relativamente rara e transmissível, os especialistas europeus afirmam que o risco de um grande surto é baixo

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Em casos severos, o tratamento inclui antivirais e o uso de plasma sanguíneo de indivíduos imunizados

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Preocupação

Assim como na reunião de quinta-feira, Tedros ressaltou que boa parte dos casos está sendo registrada em homens que fazem sexo com homens.

O diretor  mostrou preocupação sobre os estigmas que podem recair sobre o grupo, mas disse acreditar que essa particularidade pode ser utilizada para implementar intervenções de saúde específicas.

“É essencial que todos os países trabalhem em estreita colaboração com as comunidades de homens que fazem sexo com homens, para projetar e fornecer informações e serviços eficazes e adotar medidas que protejam a saúde, os direitos humanos e a dignidade das comunidades afetadas”, pontuou.

Brasil

A última atualização do Ministério da Saúde aponta que o Brasil tem 607 casos confirmados de varíola dos macacos. O dado foi divulgado na sexta-feira (22/7).

Os casos estão espalhados por 13 estados e no Distrito Federal. São Paulo é a região com maior número de registros: 438 casos.

Em seguida, aparecem Rio de Janeiro (86 casos), Minas Gerais (33), Distrito Federal (12), Paraná (10), Goiás (8), Bahia (5), Ceará (2), Rio Grande do Sul (3), Pernambuco (3), Rio Grande do Norte (2), Espírito Santo (2), Mato Grosso do Sul (1) e Santa Catarina (1).

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