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Número de pessoas deslocadas à força no mundo bate recorde de 110 milhões

Uma em cada 74 pessoas fugiram ou foram deslocadas por conta de violência ou violações de direitos humanos até o fim de 2022, segundo Acnur

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Paul Zinken/picture alliance via Getty Images
Pessoas no chão na principal estação de trem de Berlim na alemanha
1 de 1 Pessoas no chão na principal estação de trem de Berlim na alemanha - Foto: Paul Zinken/picture alliance via Getty Images

O número de pessoas que precisaram ser deslocadas à força ultrapassou a marca de 110 milhões pela primeira vez na história, de acordo com relatório do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), divulgado nesta quarta-feira (14/6).

Ou seja, cerca de uma em cada 74 pessoas no mundo precisou deixar a própria casa por conta de perseguições, crises políticas, violência ou violações de direitos humanos.

Até o fim de 2022, o número estava no patamar de 108 milhões, impulsionado pela guerra na Ucrânia. Estima-se que, desde janeiro, outras 2 milhões de pessoas tenham se tornado refugiados ou precisado migrar internamente após a eclosão de outros conflitos, como a guerra no Sudão.

Segundo a ONU, 40% das pessoas deslocadas são crianças. A metade de todos os cidadãos que precisaram deixar os próprios lares tem origem em três países: Síria, Ucrânia e Afeganistão.

Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, o índice histórico demonstra a lentidão da comunidade global em oferecer soluções para conflitos e criar medidas de acolhimento eficazes para os refugiados e demais deslocados.

“Esses números nos mostram que a população está muito mais rápida para iniciar conflitos, no entanto, muito mais lenta para encontrar soluções. A consequência é a devastação, deslocamento e angústia para cada uma das milhões de pessoas retiradas à força de suas casas”, frisa.

Rússia x Ucrânia

A guerra na Ucrânia foi o principal fator de deslocamento em 2022. O número de pessoas refugiadas da Ucrânia aumentou de 27,3 mil no final de 2021 para 5,7 milhões no final de 2022 – representando o fluxo mais rápido de pessoas refugiadas em qualquer lugar desde a Segunda Guerra Mundial.

Nos primeiros dias da guerra, mais de 200 mil refugiados por dia cruzaram as fronteiras ucranianas em busca de acolhimento em países vizinhos.

Meses depois, no fim do ano passado, 11,6 milhões de ucranianos permaneciam deslocados, incluindo 5,9 milhões dentro do próprio país, além de outros 5,7 milhões que fugiram para outras nações.

 

Refugiados

De acordo com o relatório, o número de refugiados no mundo teve um aumento recorde de 35% em 2022, em comparação com 2021. O índice é equivalente a 8,9 milhões de pessoas que precisaram de acolhimento em outros países.

“O aumento foi, em grande parte, devido aos refugiados da Ucrânia que fogem no conflito no paíse estimativas revisadas de afegãos acolhidos no Irã e no Paquistão”, segundo o Acnur.

Esse total engloba 24,3 milhões de refugiados, 5,1 milhões de pessoas em situação de refúgio situações e 5,2 milhões de outras pessoas que precisam de proteção internacional.

No fim do ano passado, 800 mil refugiados e 5,2 milhões de outras pessoas que precisam de proteção internacional viviam em países do continente americano. A maior parte delas, de origem venezuelana. O total de 6 milhões de pessoas representa um aumento de 17% em comparação com o ano anterior.

Os números também confirmaram que são os países de baixa e média renda do mundo que recebem a maioria das pessoas deslocadas. Os 46 países menos desenvolvidos respondem por menos de 1,3% do produto interno bruto global, mas abrigaram mais de 20% de todas as pessoas refugiadas.

O financiamento para as inúmeras situações de deslocamento e para apoiar os países de acolhida ficou aquém do necessário no ano passado, permanecendo lento em 2023 à medida que as necessidades aumentam, segundo o alto comissariado.

“As pessoas em todo o mundo continuam a demonstrar uma extraordinária hospitalidade para com os refugiados ao estenderem proteção e ajuda àqueles em necessidade”, acrescentou Grandi, “mas é necessário muito mais apoio internacional e um compartilhamento mais equitativo de responsabilidades, especialmente com os países que estão recebendo a maioria dos deslocados do mundo”.

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