O tenista sérvio Novak Djokovic deixou a Austrália neste domingo (16/1) após a Justiça Federal rejeitar um recurso contra o cancelamento do seu visto pelo governo do país. Ele causou num imbróglio diplomático por não ter se vacinado contra a Covid-19, doença causada pelo coronavírus.
Depois da decisão, o atleta precisou sair do país, e com isso ficou de fora do Aberto da Austrália, que começará nesta segunda-feira (17/1).
Djokovic deixou o território australiano a bordo de um avião da companhia aérea Emirates com destino a Dubai, poucas horas depois da decisão do tribunal.
“Estou extremamente desapontado com a decisão do Tribunal de indeferir meu pedido de revisão judicial da decisão do Ministro de cancelar meu visto, o que significa que não posso permanecer na Austrália e participar do Aberto da Austrália”, disse Djokovic em um comunicado divulgado após a audiência.
Este é mais um desdobramento da novela envolvendo a chegada do tenista ao país, que envolveu até a detenção do atleta em hotel de refugiados. Na segunda-feira (10/1), em uma reviravolta, a Justiça da Austrália determinou a libertação do tenista.
Djokovic chegou ao país na semana passada, mas acabou barrado no aeroporto ao apresentar um atestado de isenção de vacina, que não foi reconhecido como válido pelas autoridades locais.

Novak Djokovic, de 34 anos, é considerado o melhor tenista do mundo. Apesar disso, nos últimos anos, o atleta tem colocado em risco sua própria imagem por se envolver em diversas polêmicas Tim Clayton/Corbis via Getty Images

Desde o início da pandemia, o atleta tem ganhado os holofotes por quebrar protocolos para evitar a disseminação da Covid-19. No auge da pandemia, inclusive, ele organizou um torneio privado para mais de 4 mil pessoas. Ele, a esposa, demais atletas e envolvidos foram infectados com o vírusMatthew Stockman/Getty Images

No mesmo fim de semana do torneio, o tenista promoveu festa com aglomeração em uma casa noturna na Sérvia. Após ser criticado por ambas as festas, Novak justificou que seguiu todas as recomendações sanitáriasTim Clayton/Corbis via Getty Images

Devido ao posicionamento antivacina e negacionismo, o astro passou a ser chamado de Novax Djo-CovidJustin Setterfield/Getty Images

Para se defender, o tenista revelou acreditar que o ser humano pode fazer o que quiser com o “poder da mente", inclusive transformar esgoto em água cristalina ou obter poderes curativosAndy Cheung/Getty Images

A esposa do Sérvio, Jelena Djokovic, também chocou internautas ao compartilhar fake news sobre suposta relação entre a tecnologia 5G e a Covid-19. O Instagram retirou a publicação do arInstagram/ Reprodução

Recentemente, o nome de Djokovic ocupou os noticiários de esporte depois de obter "permissão médica especial" para entrar na Austrália sem precisar se vacinar. Lá, ele disputa o Grand Slam Tim Clayton/Corbis via Getty Images

O governo da Austrália, no entanto, não gostou da tal permissão. Além disso, ao desembarcar na terra dos cangurus, o atleta piorou a situação não apresentando todas as documentações. Devido a isto, teve o visto canceladoClive Brunskill/Getty Images

Novak resolveu, então, acionar a Justiça para tentar permanecer no país. Enquanto isso, precisou aguardar em um hotel de refugiados. Após conseguir liberação, o governo australiano recorreu e Djokovic teve o visto cancelado pela 2ª vezTim Clayton/Corbis via Getty Images

O visto foi cancelado pelo ministro da imigração australiana, Alex Hawke. Ele afirmou que quer deportar imediatamente a estrela do tênis do país. Se isso ocorrer, o sérvio fica de fora do Aberto da AustráliaAmin Mohammad Jamali/Getty Image
Ele chegou a receber um atestado do governo estadual de Victoria e da organização do Aberto da Austrália, após fornecer informações de exames feitos com painéis médicos independentes. Assim, conseguiu a aprovação do visto, mais tarde revogada pelas autoridades federais.
O governo australiano controla a entrada de estrangeiros exigindo a comprovação de vacinação contra Covid, mas aceita receber pessoas não vacinadas quando comprovada a isenção médica.
Os advogados do governo australiano argumentaram que a permanência de Djokovic no país estimulava a não vacinação contra a Covid-19, dizendo que o sérvio teve diversas chances de se imunizar.