Mineração ameaça cobra que Leonardo DiCaprio batizou com nome da mãe
Cientistas descobriram cinco novas espécies de cobras em florestas tropicais, mas os animais já estão ameaçados de extinção
atualizado
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Em janeiro último, cientistas descobriram cinco novas espécies de cobra em florestas do Equador, Colômbia e Panamá. Foram chamados para batizar os novos animais ambientalistas e organizações que lutam pelas causas ambientais, entre eles o ator Leonardo DiCaprio.
Conhecido principalmente por seu trabalho em Hollywood, há alguns anos DiCaprio usa sua influência para pautar problemas ambientais, como aquecimento global e desmatamento. Quando ganhou o Oscar em 2016, o artista fez um discurso pedindo ação dos líderes mundiais contra as mudanças climáticas.
O ator nomeou a nova cobra em homenagem a própria mãe, Irmelin Indenbirken. A nova espécie, agora, se chama Sibon irmelindicaprioae. Além do ator, batizaram as cobras o bilionário Brian Sheth, conhecido por suas ações contra o aquecimento global; e as organizações Re:wild e Nature and Culture International.
Veja as novas espécies descobertas:

A cobra Dipsas Welborni recebeu nome em homenagem a David Welborn, ex-membro do conselho da fundação Nature and Culture International. A ONG gere a Reserva Maycu, uma área de conservação privada onde esta cobra e muitas outras novas espécies habitam Alejandro Arteaga

A cobra Sibon Canopy foi nomeada em homenagem ao sistema de reservas da Família Canopy, especificamente Canopy Lodge no Valle de Antón, província de Coclé, Panamá. Alejandro Arteaga

A corba Sibon Vieirai Pearl Ee

O nome Sibon Marleyae foi uma homenagem à filha do ambientalista Brian Sheth, foi descoberta nas florestas tropicais úmidas e intocadas de Chocó, no Equador e na Colômbia Eric Osterman

A cobra Sibon irmelindicaprioae, nome é homenagem à mãe do ator Leonardo DiCaprio Alejandro Arteaga
A ameaça do garimpo
Apesar de recém-descobertas, as novas espécies de cobra já lutam pela sobrevivência, afirmam os cientistas Alejandro Orteaga e Abel Batista. Os dois pesquisadores são os autores do primeiro estudo que estabelece a filogenia das novas espécies, ou seja, estabelece o traço evolutivo dos animais por meios de características moleculares e morfológicas.
O que ameaça as novas espécies, segundo os pesquisadores, é a mineração que devasta a floresta, como o garimpo. As cobras que vivem em florestas tropicais têm menos resistência as atividades de exploração do solo. Primeiro, as novas espécies estão entre as chamadas cobras “arborícolas”, ou seja, elas vivem em árvores. Segundo, elas se alimentam exclusivamente de lesmas e caracóis, presentes principalmente ao longo de córregos e rios. O problema é que a mineração causa da poluição das águas e a população dessas presas está em declínio.
“Quando explorei pela primeira vez as florestas tropicais do rio Nangaritza em 2014, lembro-me de pensar que o lugar era um paraíso desconhecido e intocado”, afirmou Alejandro Arteaga à revista científica EurekAlert!. “Na verdade, o lugar é chamado Nuevo Paraíso em espanhol, mas não é mais um paraíso. Centenas de garimpeiros ilegais usando retroescavadeiras já tomaram posse das margens do rio, que agora estão destruídas e transformadas em escombros”, alertou.