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Marina Silva demonstra insatisfação com texto da COP28: “Insuficiente”

Ministra do Meio Ambiente tem alertado sobre a urgência de frear o uso de combustíveis fósseis para conter as mudanças climáticas

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Felipe Werneck/MMA
Foto colorida da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva - Metrópoles - Foto: Felipe Werneck/MMA

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, demonstrou insatisfação com o rascunho do Balanço Global (Global Stocktake, GST) da 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima (COP28) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O texto foi apresentado nesta segunda-feira (11/12) e tem sido discutido entre representantes de Estado e líderes da sociedade civil.

“Em relação a combustíveis fósseis, a linguagem não está apropriada e temos muitas insuficiências. Uma das insuficiências é não ter estabelecido a questão dos esforços para eliminação, em relação a combustível fóssil. Não é só a questão de emissão”, afirmou Marina Silva.

O rascunho serve como base para o texto que será acordado pelos países ao final da COP. O documento ainda precisa ser avaliado pelos representantes das quase 200 nações que fazem parte da conferência do clima e há uma forte pressão do setor de petróleo para adiar a discussão sobre o fim do uso dos combustíveis fósseis.

Há trechos no rascunho que falam sobre a necessidade de redução dos combustíveis fósseis e sugerem que os países tomem medidas para ampliar o uso de energia renovável de uma forma rápida, mas não há nenhuma exigência.

O comissário de clima da União Europeia, Wopke Hoekstra, também criticou o rascunho apresentado e enfatizou que as discussões estão longe de conseguir manter o aumento da temperatura global até os 1,5ºC, propostos pelo Acordo de Paris.

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“Esse texto é claramente insuficiente e decepcionante”, disse Wopke Hoekstra. “Não tem os instrumentos que podem manter 1,5°C ao alcance”, destacou o comissário da União Europeia.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, ressaltou que o texto desta segunda engana o mundo sobre a diminuição do uso de combustíveis fósseis. “Sugere que combustíveis fósseis podem continuar a ter um papel essencial no nosso futuro”, disse.

Para Claudio Ângelo, coordenador de política internacional do Observatório do Clima, é urgente a discussão sobre a geração de energia e o fim do uso de combustíveis fósseis. “O texto para ser um desastre precisa melhorar muito. Ele mata completamente o pacote de energia, que era considerado por muita gente, vinha sendo considerado nos últimos dias a grande medida do sucesso ou do fracasso dessa COP.”

Ambientalistas avaliam que a geração de energia por meio de combustíveis fósseis pode fazer com que eventos climáticos extremos sejam cada vez mais comuns e causem danos irreversíveis para o meio ambiente.

A insatisfação com a discussão de energia na COP28 começou antes mesmo do inicio da conferência, ela iniciou quando os Emirados Árabes Unidos nomearam, em janeiro, o sultão Al Jaber como presidente do evento.

O sultão Al Jaber comanda a Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc), a petroleira estatal dos Emirados Árabes Unidos. Dessa forma, a nomeação dele causou desapontamento em grande parte da ala ambiental mundial.

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