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Mais de 200 pessoas perderam a visão em protestos no Chile

As vítimas foram atingidas por balas de borracha ou chumbo disparadas por policiais nas manifestações

atualizado

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Claudio Santana/Getty Images
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1 de 1 protestos-chile - Foto: Claudio Santana/Getty Images

Devido à onda de intensos protestos que estão ocorrendo no Chile, uma associação médica do país anunciou na quinta-feira (14/11/2019) que ao menos 230 pessoas perderam parcial ou completamente a visão. O motivo seriam tiros com espingarda de pressão disparadas por policiais durante as manifestações, que ocorrem há um mês. As informações são da agência Deutsche Welle.

De acordo com o oftalmologista Patricio Meza, vice-presidente do Colégio Médico do Chile, ao menos 50 pessoas precisarão de olhos protéticos. “Isso significa que o paciente não apenas perdeu a visão, mas também o olho”, afirmou. A idade média entre os atingidos, informou a associação, é de 30 anos.

“Estamos enfrentando uma verdadeira crise de saúde, uma emergência de saúde, já que em poucos dias, em três semanas, tivemos o maior número de casos envolvendo complicações oculares graves devido a tiros no olho”, complementou Meza. À agência, o especialista explicou que os integrantes de segurança pública estão “atirando a 90 graus, ou seja, diretamente no rosto”.

Com o alto número de vítimas, o Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH) chileno repudia a violência dos protestantes, mas, sobretudo, do uso “indiscriminado” de espingardas de pressão pela tropa de choque.

Na madrugada desta sexta (15/11/2019), o Congresso Nacional aprovou um plano para a criação de uma nova Constituição, que substituirá a atual, promulgada durante o regime militar de Augusto Pinochet em 1980. Um plebiscito será realizado em abril de 2020 para a formulação de uma nova Carta Magna.

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