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Kiev impõe toque de recolher e Ucrânia faz alerta para novos ataques

Autoridades de segurança indicam que os russos estão preparando um “forte ataque” contra as tropas ucranianas na região separatista

atualizado

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Fotógrafos registraram corpos em decomposição nas ruas e em valas na ucrânia - Metrópoles
1 de 1 Fotógrafos registraram corpos em decomposição nas ruas e em valas na ucrânia - Metrópoles - Foto: Mykhaylo Palinchak/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)

A tensão aumentou na Ucrânia após o massacre em Bucha. Kiev, capital e coração do poder, decretou toque de recolher até quinta-feira (7/4). O governo ucraniano alertou que as tropas russas planejam ataques no norte do país.

Nesta segunda-feira (4/4), a administração de Kiev divulgou a medida restritiva sob o argumento de retirar minas deixadas pelo Exército russo.

Autoridades de segurança indicam que os russos estão preparando um “forte ataque” contra as tropas ucranianas na região separatista pró-Rússia de Luhansk, no leste da Ucrânia.

“Temos visto equipamentos vindo de diferentes direções, que eles [os russos] estão trazendo homens, que estão trazendo combustível. Entendemos que eles estão se preparando para um forte ataque”, frisou o governador Serguei Gaïdaï.

Ponta do iceberg

O mundo voltou a ficar assombrado com a guerra na Ucrânia. Em gravações divulgadas nesse domingo (3/4), é possível ver cenas fortes da tragédia na cidade. As imagens mostram ao menos 20 cadáveres no chão e em valas comuns.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que “os horrores vistos em Bucha são  só a ponta do iceberg”.

A declaração pessimista foi dada após uma reunião diplomática em Varsóvia, na Polônia. “Bucha é a ponta do iceberg. Em Mariupol, a situação é ainda pior”, frisou.

Como represália ao massacre, Alemanha, França e Lituânia expulsaram diplomatas russos. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou o ataque e voltou a chamar o líder russo, Vladimir Putin, de “criminoso de guerra”.

A União Europeia anunciou a abertura de um inquérito, em conjunto com a Ucrânia, para apurar o que ocorreu em Bucha.

Negativa russa

O governo russo negou que tenha matado civis em Bucha.

Na manhã desta segunda, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reafirmou o posicionamento do país: “Rejeitamos categoricamente todas as acusações”.

O país liderado por Vladimir Putin nega que tenha promovido o massacre. Segundo o governo ucraniano, ao menos 400 corpos foram encontrados na rua ou em valas rasas. O Kremlin pediu uma análise oficial do que chamou de “provocação” ucraniana.

Alexander Bastrykin, chefe do Comitê de Investigação da Rússia, determinou a abertura de um inquérito para apurar se a Ucrânia espalhou “informações deliberadamente falsas” sobre as forças armadas russas, segundo um comunicado do comitê.

A Rússia alega que as imagens do massacre foram encenadas e editadas pelos Estados Unidos e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Os russos convocaram uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir o que chamou de “provocações odiosas” da Ucrânia.

“Genocídio”

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de cometer crime de guerra ao visitar a cidade de Bucha, onde ocorreu um grave bombardeio. Para ele, o ataque foi um “genocídio”.

Zelensky esteve na cidade, localizada a noroeste de Kiev, capital e coração do poder. “Estes são crimes de guerra e serão reconhecidos pelo mundo como genocídio”, afirmou.

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O líder ucraniano chamou as forças russas de “carniceiras, estupradoras e saqueadoras” e pediu mais sanções contra o inimigo.

Imagens de Bucha, divulgadas nesse domingo, mostram ao menos 20 cadáveres no chão e valas comuns. Após a visita, Zelensky disse que o massacre irá atrasar o processo de negociação de paz com a Rússia.

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