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Junta militar do Níger fecha espaço aéreo após ultimato de vizinhos

Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental pediu restauração do governo de Níger derrubado após golpe de Estado em 26 de julho

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Balima Boureima/Anadolu Agency via Getty Images
Imagem colorida mostra junta militar que deu golpe de Estado em Níger se apresentando em estágio na cidade de Niamey - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra junta militar que deu golpe de Estado em Níger se apresentando em estágio na cidade de Niamey - Metrópoles - Foto: Balima Boureima/Anadolu Agency via Getty Images

A junta militar que depôs o governo do presidente Mohamed Bazoum, no Níger, anunciou o fechamento do espaço aéreo do país, alegando “ameaça de intervenção” por parte de nações vizinhas. O movimento ocorreu após o fim do prazo dado pela Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) para restaurar o governo Bazoum.

O pedido era para que os militares golpistas libertassem e reintegrassem o presidente deposto. Caso contrário, os países-membros da Cedeao poderiam iniciar ações militares no Níger.

Em um comunicado, a junta argumentou que a medida se aplica a “todas as aeronaves” até “segunda ordem”. Qualquer tentativa de violar o espaço aéreo resultará em uma “reação enérgica e imediata”, enfatizou um representante do chamado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, na televisão estatal.

“As forças armadas do Níger e todas as nossas forças de defesa e segurança estão prontas para defender a integridade do nosso território com o apoio inabalável do nosso povo”, afirmou. Ele também disse que “qualquer Estado envolvido será considerado cobeligerante”.

Prazo esgotado para Níger

No dia 30 de julho, ministros da Defesa dos países que compõem a Cedeao informaram que haviam concordado em intervir no Níger caso a junta militar não atendesse às exigências impostas pelo bloco em até uma semana e, assim, devolvesse ao país a ordem constitucional.

Na última sexta-feira (4/8), os ministros disseram ter chegado chegado a um plano de ação militar contra a junta no Níger.

A junta militar, porém, que tem recebido apoio de jovens por meio da formação de milícias, seguiu com movimentos para se consolidar ainda mais no poder. O general Abdourahamane Tchiani, que liderava a Guarda Presidencial desde 2011, se autoproclamou presidente, nomeou militares para os mais altos cargos do governo, suspendeu a constituição e dissolveu as instituições governamentais.

No passado, a Cedeao já interveio militarmente no continente africano. O caso mais recente ocorreu em Gâmbia, em 2017, quando o então presidente, Yahya Jammeh, se recusou a deixar o cargo.

O bloco econômico foi fundado em 1975 em Lagos, na Nigéria, e é formado pelos seguintes países: Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

Golpe de Estado

No dia 26 de julho, militares tomaram o poder no Níger depois que soldados invadiram o palácio presidencial na capital, Niamey, e prenderem o presidente democraticamente eleito do país, Mohamed Bazoum, que estava no cargo desde 2021.

Em um comunicado divulgado na televisão, o coronel Amadou Abdramane, ladeado por outros nove oficiais fardados, disse que as forças de defesa e segurança decidiram “pôr fim ao regime devido à deterioração da situação de segurança e à má governança”.

O coronel ainda anunciou que as fronteiras do país permaneceriam fechadas e que seria imposto um toque de recolher nacional a partir da quinta-feira, das 22h às 5h, até segunda ordem. Os militares também advertiram contra qualquer intervenção estrangeira.

Bazoum está detido em sua residência oficial. Em seu perfil no Twitter, ele escreveu que “as conquistas arduamente conquistadas serão salvaguardadas. Todos os nigerinos que amam a democracia e a liberdade cuidarão disso”. O ministro das Relações Exteriores do Níger, Hassoumi Massoudou, pediu que a população se oponha ao golpe.

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