Investigação busca causa da explosão em Beirute; uso de bomba é considerado
De acordo com o presidente do Líbano, “há a possibilidade de uma interferência externa, por meio de um projétil, bomba ou outra ação”
atualizado
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O presidente do Líbano, Michel Aoun, afirmou que a investigação sobre a forte explosão que atingiu a zona portuária de Beirute, no Líbano, procura esclarecer se o incidente foi causado por acidente, negligência ou até mesmo por ação externa, incluindo o possível uso de uma bomba. O depoimento foi feito nesta sexta-feira (07/08) à imprensa local.
A explosão, que ocorreu na terça-feira (04/08), deixou ao menos 154 mortes e mais de 5.000 feridos, além da destruição de bairros da capital, com prejuízo orçado em R$80 bilhões. Segundo o governo libanês, a explosão foi causada por 2.750 toneladas de nitrato de amônio armazenadas incorretamente em uma doca do porto.
“A causa ainda não está determinada. Há a possibilidade de uma interferência externa, por meio de um projétil, bomba ou outra ação”, disse Aoun.
Ele relatou que a investigação vai ser conduzida em três níveis: “Primeiro, como o explosivo foi trazido e estocado. Segundo, se a explosão foi causada por acidente ou negligência. E, terceiro, a possibilidade de que houve interferência externa”, explicou.
Até o momento, sabe-se que o material explosivo estava guardado há seis anos, e teria sido levado por um navio Russo que ficou retido em Beirute. Com a explosão, 16 autoridades do porto foram presas, enquanto se apura se houve negligência com a carga.
A tragédia gerou revolta nos libaneses que protestaram ao redor do Parlamento, em meio aos escombros. Este é o pior momento econômico do país desde a guerra civil, encerrada em 1990. Atualmente, o Líbano é um dos países mais endividados do mundo e o desemprego entre pessoas com menos de 35 anos chega a 37%.