Invasão do Capitólio completa 1 ano com mais de 725 acusados
Investigações apontam, no entanto, que até 2 mil estão envolvidos na invasão ao edifício que abriga o Congresso dos EUA
atualizado
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A invasão do Capitólio, prédio que abriga o Congresso dos Estados Unidos, completa um ano nesta quinta-feira (6/01). Quando a vitória do atual presidente Joe Biden (Partido Democrata) foi anunciada, milhares de simpatizantes de Donald Trump forçaram a entrada no local, alegando fraude nas votações.
A sessão da Câmara que acontecia no momento foi interrompida. Os deputados correram e se esconderam nos porões do prédio. O vice de Trump, Mike Pence, estava no local e também ficou em perigo durante a invasão por ter aceitado a declaração de Biden como novo presidente, sendo visto como um “traidor” pelos manifestantes.
Após um ano, o número de pessoas presas e indiciadas ultrapassa 725, mas o FBI acredita que pelo menos 2 mil estiveram envolvidas no episódio, de acordo com a agência France Presse.
A invasão, que representa o pior ataque ao Congresso americano desde a Guerra de 1812, provocou a morte de pelo menos dois manifestantes e três policiais, além de deixar outros 140 feridos. Meses depois, quatro agentes de segurança que protegiam o Capitólio se suicidaram.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos já condenou 725 pessoas de quase todos os 50 estados do país. Os invasores possuem perfis socioeconômicos variados, porém muitos têm experiência militar e enfrentam dificuldades financeiras. Dentre os 725, ao menos 225 indivíduos foram indiciados por impedimento da aplicação da lei ou agressão e 165 confessaram culpa em crimes federais, 22 deles sendo crimes graves, de acordo com informações oficiais do próprio órgão.
A maioria das sentenças são compostas por acusações leves e contra pessoas que fizeram acordos de confissão. Entretanto, aproximadamente 225 pessoas foram acusadas por atos violentos, especialmente pela agressão aos guardas do prédio. Entre estas, 40 foram processadas por associação criminosa ao supostamente ajudar a planejar a invasão.
As acusações mais graves são direcionadas a integrantes de grupos radicais de extrema direita, como Oaths Keepers, Three Percenters ou Proud Boys. Atualmente, alguns se encontram em prisão preventiva e devem enfrentar júris populares.