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Guerra de dados impede que se saiba exatamente número de russos mortos

Principal motivo das divergências sobre o número de mortos na guerra é a dificuldade de verificação de forma independente

atualizado

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Anastasia Vlasova/Getty Images
Militares ucranianos fazem vistoria em ambiente externo de um shopping bombardeado pela força aérea da Rússia em Kiev - Metrópoles
1 de 1 Militares ucranianos fazem vistoria em ambiente externo de um shopping bombardeado pela força aérea da Rússia em Kiev - Metrópoles - Foto: Anastasia Vlasova/Getty Images

É uma incógnita mundial a real quantidade de soldados russos mortos na guerra na Ucrânia. Estatísticas difusas impedem a mensuração das baixas militares nas tropas de Vladimir Putin.

A variação dos dados chega a 1000%. O mais recente balanço divulgado pelo Kremlin, sede do governo russo, mostra 1.351 mortes. Já a  Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), grupo de defesa coordenado pelos Estados Unidos, trabalha com um número (muito)  maior: entre 7 mil e 15 mil.

O governo ucraniano também alega fazer a contagem. Pelos cálculos de Kiev, capital do país invadido, 14,2 mil militares russos perderam a vida desde o início do conflito, em 24 de fevereiro.

O principal motivo das divergências sobre o número de mortos na guerra é a dificuldade de verificação de forma independente.

Nesta semana, o jornal russo Komsomolskaya Pravda, apoiador de Putin, divulgou reportagem que informava a morte de 10 mil militares. Após a repercussão, o portal de notícias apagou a postagem e afirmou que o site foi alvo de hackers.

Sergei Rudskoi, número dois na hierarquia das Forças Armadas russas, comentou na sexta-feira (25/3) que os objetivos da primeira etapa da operação foram alcançados.

“O potencial de combate das Forças Armadas da Ucrânia foi consideravelmente reduzido, o que permite concentrar nossos esforços centrais em alcançar o objetivo principal: a libertação de Donbass [região onde ficam as autodeclaradas regiões independentes de Donetsk e Luhansk]”, resumiu.

Um sétimo general russo, Yakov Rezanstev, teria sido morto na Ucrânia, segundo agências internacionais de notícias, citando uma autoridade do Ocidente.

Rezanstev seria o comandante do 49º Exército de Armas Combinadas da Rússia, e atuava no distrito militar do sul. Sua morte não foi confirmada pela Rússia.

Mudança de estratégia

Militares russos confirmaram que o Exército reorganizou a estratégia de ataques na Ucrânia para se concentrar na região de Donbass, no leste do país, que abriga separatistas pró-Rússia.

Nesta sexta-feira, em pronunciamento em Moscou, Rudskoy disse que a intenção da nova fase da ofensiva é “libertar” totalmente o leste.

Ele descreveu que os ataques a outras cidades – incluindo a capital, Kiev – fazem parte de uma estratégia para distrair o Exército ucraniano.

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Kherson

O Pentágono, órgão de defesa dos Estados Unidos, afirmou nesta sexta-feira (25/3) que o Exército russo perdeu o controle da cidade de Kherson – a primeira região tomada pelas tropas do presidente Vladimir Putin. A Rússia não comentou nem negou a afirmação.

Segundo o Pentágono, os ucranianos estão lutando para retomar a área, considerada geograficamente estratégica. As informações foram divulgadas por agências internacionais de notícias.

No começo do mês, tropas russas invadiram Kherson, no Mar Negro, no sul da Ucrânia. Eles tomaram o controle da estação ferroviária e do porto.

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança.

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