1 de 1 Militares ucranianos fazem vistoria em ambiente externo de um shopping bombardeado pela força aérea da Rússia em Kiev - Metrópoles
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É uma incógnita mundial a real quantidade de soldados russos mortos na guerra na Ucrânia. Estatísticas difusas impedem a mensuração das baixas militares nas tropas de Vladimir Putin.
A variação dos dados chega a 1000%. O mais recente balanço divulgado pelo Kremlin, sede do governo russo, mostra 1.351 mortes. Já a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), grupo de defesa coordenado pelos Estados Unidos, trabalha com um número (muito) maior: entre 7 mil e 15 mil.
O governo ucraniano também alega fazer a contagem. Pelos cálculos de Kiev, capital do país invadido, 14,2 mil militares russos perderam a vida desde o início do conflito, em 24 de fevereiro.
O principal motivo das divergências sobre o número de mortos na guerra é a dificuldade de verificação de forma independente.
Nesta semana, o jornal russo Komsomolskaya Pravda, apoiador de Putin, divulgou reportagem que informava a morte de 10 mil militares. Após a repercussão, o portal de notícias apagou a postagem e afirmou que o site foi alvo de hackers.
Sergei Rudskoi, número dois na hierarquia das Forças Armadas russas, comentou na sexta-feira (25/3) que os objetivos da primeira etapa da operação foram alcançados.
“O potencial de combate das Forças Armadas da Ucrânia foi consideravelmente reduzido, o que permite concentrar nossos esforços centrais em alcançar o objetivo principal: a libertação de Donbass [região onde ficam as autodeclaradas regiões independentes de Donetsk e Luhansk]”, resumiu.
Um sétimo general russo, Yakov Rezanstev, teria sido morto na Ucrânia, segundo agências internacionais de notícias, citando uma autoridade do Ocidente.
Rezanstev seria o comandante do 49º Exército de Armas Combinadas da Rússia, e atuava no distrito militar do sul. Sua morte não foi confirmada pela Rússia.
Nesta sexta-feira, em pronunciamento em Moscou, Rudskoy disse que a intenção da nova fase da ofensiva é “libertar” totalmente o leste.
Ele descreveu que os ataques a outras cidades – incluindo a capital, Kiev – fazem parte de uma estratégia para distrair o Exército ucraniano.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Kherson
O Pentágono, órgão de defesa dos Estados Unidos, afirmou nesta sexta-feira (25/3) que o Exército russo perdeu o controle da cidade de Kherson – a primeira região tomada pelas tropas do presidente Vladimir Putin. A Rússia não comentou nem negou a afirmação.
Segundo o Pentágono, os ucranianos estão lutando para retomar a área, considerada geograficamente estratégica. As informações foram divulgadas por agências internacionais de notícias.
No começo do mês, tropas russas invadiram Kherson, no Mar Negro, no sul da Ucrânia. Eles tomaram o controle da estação ferroviária e do porto.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança.