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Embaixador da Argentina no Brasil estava em “lista VIP” de vacinação

Tema, comentado no cenário internacional como “Escândalo da vacinação VIP”, derrubou o ministro da Saúde Ginés González García

atualizado

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Eleições argentinas Daniel Scioli
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O embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, foi considerado, pelo governo do país vizinho, uma das personalidades que devem ser vacinadas, ainda que não faça parte de nenhum grupo prioritário para imunização contra a Covid-19.

O tema, comentado no cenário internacional como “Escândalo da vacinação VIP”, foi descoberto em 19 de fevereiro e as acusações fizeram com que houvesse uma troca no comando do Ministério da Saúde da Argentina, que antes era dirigido por Ginés González García. O órgão está, agora, sob responsabilidade da médica Carla Vizzotti.

Já atuante no cargo, a ministra divulgou, nesta terça-feira (23/2), uma lista com personalidades públicas que possivelmente receberam tratamento privilegiado em um hospital público na periferia de Buenos Aires e foram imunizadas após “furar a fila” da campanha de vacinação.

A parcela da população argentina com prioridade, até o momento, consiste em profissionais da saúde e idosos, com cadastro on-line e declarado pela disponibilidade de doses. Em Buenos Aires, capital do país, só podem ser vacinados idosos com mais de 80 anos.

Nomes estratégicos

De acordo com Carla Vizzotti, o caso é uma exceção. Segundo ela, no ofício constam nomes considerados “estratégicos” para o poder na Argentina e, além disso, a lista faz menção apenas a pessoas que tomam decisões primordiais no governo. O documento reúne 70 indivíduos, entre eles Daniel Scioli. Além dele, foram apontadas personalidades como políticos, sindicalistas e empresários ligados ao governo argentino.

Vale ressaltar que as informações contidas no material de divulgação incluem figuras que já receberam a vacina há algum tempo, como o presidente da Argentina, Alberto Fernández, que foi imunizado em 21 de janeiro.

Felipe Solá e Martín Guzmán, ministros das Relações Exteriores e da Economia, respectivamente, também foram mencionados na lista do Escândalo VIP.

No entanto, ainda que tenham sido apontados diversos nomes com relevância política para o país, também foram notados indivíduos com cargos de poder abaixo dos considerados essenciais. O jornalista Gabriel Michi, os empresários Seza Manukian e Florencio Aldrey e o ex-presidente do país, Eduardo Duhalde, estão entre os supostamente vacinados contra a Covid-19, mesmo sem ser parte do grupo prioritário.

O Metrópoles entrou em contato com o representante da embaixada argentina em Brasília, que preferiu não comentar o assunto.

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