Três de cada quatro investidores de varejo perderam dinheiro com bitcoin, segundo estudo divulgado pelo Bank for International Settlement (BIS). Os dados se referem ao período entre 2015 e 2022.
O levantamento do BIS considerou perfis de investidores de criptoativos em 95 países. A pesquisa se baseou em dados de downloads de aplicativos que permitem a compra de bitcoins e nas frequências diárias de transações.
De acordo com BIS, 40% dos usuários são homens com menos de 35 anos e 25% têm entre 35 e 45. As mulheres representam 35% do total, a maioria com idade inferior a 35 anos.
Nos sete anos em que a pesquisa foi realizada, o preço do bitcoin saltou de US$ 250, em agosto de 2015, para um valor máximo de quase US$ 69 mil, em novembro do ano passado. Atualmente, a criptomoeda está cotada a US$ 16,5 mil.
No mesmo período, o número de pessoas que utilizam aplicativos de compra e venda de criptos aumentou de 119 mil para 32,5 milhões.
Segundo o relatório do BIS, “o aumento do preço do bitcoin tem estado vinculado a uma maior entrada de investidores varejistas”.
Perfil dos investidores
Ainda de acordo com os pesquisadores, foi possível perceber que, enquanto os preços subiam e os usuários menores compravam bitcoins, os maiores detentores (chamados de “baleias”) vendiam, aumentando seus lucros.
O levantamento também mostrou que a maior parte dos investidores em criptomoedas entendem a atividade como um investimento especulativo. Em geral, os mais jovens são mais atuantes no comércio nos meses posteriores a uma alta no preço do bitcoin.
Crise no mercado cripto
Desde o fim do ano passado, depois de uma supervalorização, o bitcoin já tombou 75%. Várias empresas de cripto quebraram nos últimos meses.
Na sexta-feira (11/11), a exchange de criptomoedas FTX entrou com um pedido de falência nos Estados Unidos. O CEO e fundador da empresa, Sam Bankmand-Fried, renunciou ao cargo.
A falência da FTX já era esperada por investidores e analistas do mercado, principalmente depois de a Binance, maior concorrente na área, ter desistido da compra da corretora. Segundo a própria direção da FTX, seriam necessários US$ 8 bilhões em empréstimos para evitar a quebra da companhia.