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Com vacinação avançada, EUA e Israel têm grande queda nos casos de Covid

No período de um mês, ocorrências caíram praticamente pela metade em Israel. Nos EUA redução foi de 63,2%

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Enfermeira preparam vacina para aplicar em idosos, em goiânia
1 de 1 Enfermeira preparam vacina para aplicar em idosos, em goiânia - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Enquanto o Brasil anda a passos lentos para imunizar a população contra a Covid-19, países como Israel e Estados Unidos correm contra o tempo a fim de aplicar as doses necessárias da vacina. E os resultados são impressionantes. Em Israel, o número de casos em toda a população caiu praticamente pela metade, passando de 8,2 mil para 4,3 mil no prazo de um mês.

Nos EUA, a queda foi ainda mais drástica. As ocorrências de contaminados despencaram 63,2% em um mês, saindo de 217,7 mil, no dia 17 de janeiro, para 77 mil, em 17 de fevereiro. Durante o pico de contaminação no país norte-americano, no mês janeiro, foram registrados 249.836 novos infectados em um dia.

Veja gráficos:

As informações fazem parte do levantamento do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, com base nos balanços divulgados pelo Our World in Data, plataforma da Universidade de Oxford que reúne informações de todo o mundo sobre o avanço da pandemia.

Na tentativa de avaliar a real eficácia da vacina, uma equipe de pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciência e do Instituto de Tecnologia de Israel (Technion) estuda as novas taxas registradas no país do Oriente Médio.

Os cientistas já identificaram números menores de infecções e hospitalizações tanto em pessoas com mais de 60 anos quanto nas cidades em que há mais habitantes vacinados, independentemente da faixa etária.

Especialistas alertam, entretanto, que ainda não há como atrelar a queda de casos apenas ao início da campanha de vacinação. Os números podem variar conforme a quantidade de testes feitos, mudanças em políticas públicas (como decretação de lockdowns e incentivos ao uso de máscara) e comportamento dos grupos etários. Para saber o resultado real, é necessário avaliar grupos de controle em ensaios clínicos, por exemplo.

“Aconteceu! Nossa projeção de queda no número relativo de pessoas com mais de 60 anos em situação grave aconteceu. Começou 10 dias depois do que projetamos, mas aconteceu e continua a cair”, escreveu, no Twitter, Eran Segal, um dos cientistas do instituto.

E mais: um estudo da Organização de Manutenção da Saúde Clalit, principal seguradora de saúde de Israel, mostrou que o imunizante da Pfizer/BioNTech reduziu em 94% o número de infecções sintomáticas por Covid-19 entre 600 mil pessoas que receberam as duas doses.

Para o diretor assistente da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, apesar do avanço das campanhas em alguns países, o impacto da vacina para conter a transmissão do vírus ainda “vai tardar”, já que há limitações na disponibilidade de imunizantes.

Campanhas de vacinação

Em Israel, pelo menos 4 milhões de pessoas (47,66% da população) receberam, até quarta-feira (17/2), a primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech, e 2,9 milhões (31,81%) já haviam tomado a segunda.

Os Estados Unidos, onde a população é 35 vezes mais numerosa do que a de Israel, estão em primeiro lugar no ranking de vacinas aplicadas: até agora, foram 56,28 milhões, resultando em 12,04% dos americanos imunizados com uma dose e 4,63%, com duas.

O país norte-americano, que tem dimensão continental, não adotou um lockdown nacional. Já Israel acelerou o processo de vacinação, mas fechou o comércio do país em momentos críticos.

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