Boris Johnson promete ajuda do Reino Unido se a Suécia for atacada
O presidente russo, Vladimir Putin, já fez ameaças contra a eventual adesão sueca à Otan. País ainda estuda se tentará entrar na aliança
atualizado

Em meio à possível candidatura da Suécia para ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, prometeu ajuda britânica aos suecos em caso de ataque ao país.
O presidente russo, Vladimir Putin, já fez ameaças contra a eventual adesão sueca ao grupo de defesa militar coordenado pelos Estados Unidos. A mesma ameaça foi estendida à Finlândia.
Questionado sobre o que o Reino Unido faria se a Suécia fosse atacada, Johnson respondeu que “ambos os países se apoiariam mutuamente, seja em caso de desastre ou ataque militar”.
“Este é um acordo sobre o qual juntos pretendemos construir. Seja compartilhando inteligência ou trabalhando em conjunto para combater ataques cibernéticos. Seja trabalhando juntos em defesa, compras ou fazendo mais exercícios conjuntos juntos”, resumiu.
O pedido de ingresso da Finlândia e da Suécia deve ocorrer, segundo agências internacionais de notícias, entre 16 e 22 de maio. Uma cúpula da Otan está prevista para 29 e 30 de junho em Madri, na Espanha.

Divulgação/Otan

Otan é a sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar intergovernamental criada em 4 de abril de 1949, após o final da Segunda Guerra Mundial Getty Images

Os países signatários do tratado, na época, eram a Bélgica, França, Noruega, Canadá, Islândia, Países Baixos, Dinamarca, Portugal, Itália, Estados Unidos, Luxemburgo e Reino Unido Otan

Quando criada, reunia países ocidentais e capitalistas, liderados no contexto da bipolaridade formada entre os Estados Unidos (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no período da Guerra Fria Dirck Halstead/Getty Images

A Otan tinha por objetivos impedir o avanço do bloco socialista no continente europeu, fazendo frente à URSS e a seus aliados da Europa Oriental, além de fornecer ajuda mútua a todos os países membros Keystone/Getty Images

A aliança era baseada em três pilares: a defesa coletiva dos Estados membros, impedir o revigoramento do militarismo nacionalista na Europa, e encorajar a integração política europeia Getty Images

O período de bipolaridade entre EUA e URSS dividiu o mundo. Os dois países e seus respectivos aliados mantinham-se em alerta para eventuais ataques bélicos Getty Images

A Otan investiu em tecnologia de defesa, na produção de armas estratégicas e também espalhou pelas fronteiras soviéticas sistemas de defesa antimísseis DavidLees/Getty Images

Na fase final da Guerra Fria, a organização passou a assumir novos papéis. Em 1990, sob ordem do Conselho de Segurança da ONU, a Otan interveio no conflito da ex-Iugoslávia. Foi a primeira vez que agiu em território de um Estado não membro Getty Images

Em 2001, a Otan anunciou a aplicação do princípio da segurança coletiva: um ataque feito a um país membro seria um ataque contra todos os demais Getty Images

Como os ataques terroristas ocorridos em setembro de 2001 foram considerados atos de guerra pelo governo norte-americano, a cláusula foi acionada. Por esse motivo, a organização participou da invasão ao Afeganistão Scott Nelson/Getty Images

Além de ver o terrorismo como nova ameaça, a Otan colaborou com operações de paz e realizou ajuda humanitária, como aos sobreviventes do furacão Katrina, em 2005 Getty Images

Soldados da Otan também realizaram operações militares em zonas conflituosas do mundo, como o Bálcãs, o Oriente Médio e o norte da África Getty Images

Atualmente, a aliança é composta por 30 países, localizados principalmente na Europa. O último país a integrar a Otan foi a Macedônia do Norte, em 2020 Getty Images

Bósnia e Herzegovina, Geórgia e Ucrânia são os três países classificados como “membros aspirantes” à organização. Porém, para a Rússia, a perspectiva da antiga república soviética Ucrânia se juntar à Otan é impensável Getty Images
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan. Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Volodymyr Zelensky, em 24 de fevereiro.
O governo russo já fez ao menos três ameaças contra a entrada da Finlândia e da Suécia na Otan. O país liderado por Putin já afirmou que adotará “postura militar” e que o possível ingresso terá “consequências indesejadas”.