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Caso de atirador que matou 18 nos EUA é 36º massacre do ano no país

Perfil dos agressores nos Estados Unidos são homens brancos, com acesso a armas e em isolamento social. Atirador matou 22 no Maine

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Jessica Rinaldi/The Boston Globe via Getty Images
Foto colorida de caça ao atirador que matou 18 pessoas nos Estados Unidos - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de caça ao atirador que matou 18 pessoas nos Estados Unidos - Metrópoles - Foto: Jessica Rinaldi/The Boston Globe via Getty Images

O caso do atirador que matou 18 pessoas e deixou dezenas de feridos no Maine (EUA) é a 36ª tragédia do tipo só neste ano naquele país. Dados da imprensa local com a Universidade do Nordeste, em Boston, revelam que de 2006 para cá quase 3 mil pessoas perderam suas vidas por conta de atentados armados.

De 2006 a 2023, 2.944 pessoas foram mortas, 2 mil ficaram feridas e houve 567 incidências de ataques. O ano que mais registrou ataques aconteceu 2019, com 46 ocorrências, seguido de 2017.

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Só neste ano, contando com o atirador da última quinta-feira (25/10), foram registrados 36 ataques, que resultaram em 203 mortos e 133 feridos. Os números dão força aos críticos de porte de arma nos EUA. Lá, um adulto em cada três possui pelo menos uma arma.

Desde o início do ano, mais de 15 mil pessoas morreram vítimas de violência com armas de fogo no país, excluindo suicídios, de acordo com o Gun Violence Archive (GVA), grupo independente que recolhe informação sobre incidentes com armas de fogo.

Acompanhe a lista de 2023

  • Janeiro: 47 mortos e 11 feridos;
  • Fevereiro: 10 mortos;
  • Março: 32 mortos;
  • Abril: 49 mortos e 43 feridos;
  • Maio: 28 mortos e 9 feridos;
  • Junho: 10 mortos e 1 ferido;
  • Julho: 18 mortos e 8 feridos;
  • Agosto: 10 mortos;
  • Setembro: 5 mortos;
  • Outubro: 22 mortos e 60 feridos;
  • Total até agora: 203 mortos e 133 feridos.

Perfil das vítimas

O padrão encontrado nas ocorrências é vasto: em geral, as vítimas são pessoas próximas (como familiares), alguns dos atiradores relatam ouvir vozes ou são tomados por acessos de fúria (como o caso de um casal que entrou em uma casa para roubar dinheiro da família e acabou executando o grupo) ou ciúme (pessoas que não aceitam divórcios, por exemplo).

O estudo da Universidade do Nordeste conclui que as vítimas tendem a ser mortas por pessoas que as conhecem, e que, em geral, as pessoas mortas estão na faixa etária de 20 a 24 anos, seguido de adolescentes entre 15 a 19 anos.

Perfil do atirador

O estudo disposto no portal revela que pessoas na faixa etária de 25 a 29 anos são o grupo que mais comete as matanças, seguido do grupo de 20 a 24, e depois 30 a 34. Há, ainda, um padrão relacionado ao autoextermínio dos agressores, após os atentados – mas que não é compilado na pesquisa.

“Os que são mais prováveis de cometerem assassinatos em massa são paranoicos, e suspeitos e desconfiados, pensam que todos estão contra eles”, afirmou o psiquiatra forense da Universidade da Columbia, Michael Stone.

O portal ainda revela que 4 em 10 homens nos EUA possui uma arma, e que a maior parte dos portadores de arma de fogo são homens brancos.

A maior parte dos agressores são homens cisgêneros, geralmente repletos de raiva, emocionalmente instáveis, e que buscam “retribuição ou vingança por mal tratamento, rejeição ou humilhação”, além de terem um perfil socialmente isolado e suporte limitado.

Contexto brasileiro

Por ter um acesso mais restrito às armas de fogo, o Brasil não costuma registrar atentados massivos contra civis. Contudo, o país possui a particularidade de registrar atentados contra instituições de ensino.

De 2001 para cá, foram 32 ataques armados a escolas – a maior parte deles (56,25%) ocorrendo entre 2022 e este ano, e 80% dessas instituições de ensino eram públicas. Os dados são da pesquisa da Universidade de Campinas, liderado por Telma Vinha e equipe para a associação sem fins lucrativos D3e e B3 Social.

O estudo ainda fala de um perfil parecido com os dos atiradores nos EUA: no Brasil, essas pessoas são jovens, homens, brancos e, em geral, em situação de isolamento social. Destacam-se aqui os pontos relacionados a preconceitos como racismo, misoginia e neonazismo, e indícios de transtornos mentais por parte dos agressores. A pesquisa recomenda a implementação de um controle maior de armas de fogo e suas munições.

Se você suspeita de quaisquer atentados à sua escola, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) possui um canal de denúncia, criado em parceria com a SaferNet Brasil, que faz parte do programa Escola Segura. Em caso de emergências, disque 190 ou recorra à polícia mais próxima.

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