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Argentina: 10 militares pegam prisão perpétua por crimes na ditadura

Acusados são responsáveis por crimes contra a humanidade perpetrados no complexo militar Campo de Mayo, com mais de 320 vítimas

atualizado

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1 de 1 imagem colorida bandeiras argentina - Foto: Reprodução

O ex-comandante Santiago Omar Riveros e outras nove pessoas foram condenadas, nesta quarta-feira (6/7), à prisão perpétua, na Argentina. Os 10 acusados são responsáveis por crimes contra a humanidade perpetrados no complexo militar Campo de Mayo, durante a última ditadura argentina (1976-1983).

O julgamento foi o maior desde a anulação dos indultos aos dirigentes do regime militar e a revogação das leis de impunidade no país, em 2006.

Os crimes cometidos pelos acusados tiveram 323 vítimas, e aconteceram a menos de 30 km de Buenos Aires, no Campo de Mayo, o maior complexo do Exército Argentino. Durante a ditadura, o local funcionava como uma penitenciária clandestina e uma maternidade, em que militares levavam os bebês de mulheres sequestradas.

A primeira sentença lida foi do ex-comandante dos Institutos Militares Santiago Omar Riveros, de 98 anos, que controlava o campo. Entre os crimes provados, estão privação ilegal de liberdade e imposição de tortura agravada. Ele já havia sido condenado em outros julgamentos e cumpre prisão domiciliar por problemas de saúde.

Também foram condenados Luis del Valle Arce, Carlos Javier Tamini, Mario Domínguez, Luis Sadi Pepa, Carlos Somoza, Francisco Agostino, Luis Britos e Miguel Conde.

Mais de 700 testemunhas – em sua maioria, militares da época – foram ouvidas durante os três anos de audiências. Pelo menos quatro mil detidos passaram por Campo de Mayo, dos quais menos de 1% sobreviveu.

Os processos sobre os crimes que aconteceram no local vinham sendo arquivados de forma fragmentada.

Desde o golpe de estado no país, 1.058 pessoas já foram condenadas em 273 sentenças pelo crimes cometidos no período, de acordo com o último levantamento da Promotoria de Crimes contra a Humanidade.

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