Após Finlândia, Suécia anuncia formalmente que pedirá entrada na Otan
O governo sueco entregou ao Parlamento um relatório com a justificativa das razões pelas quais o país deve fazer parte da Otan
atualizado

Após a Finlândia declarar formalmente que o país pedirá a entrada na Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan), autoridades da Suécia afirmaram, nesta sexta-feira (13/5), que também devem solicitar adesão ao grupo militar em breve.
O governo entregou ao Parlamento um relatório com a justificativa das razões pelas quais o país deve fazer parte da Otan. De acordo com o documento, o pedido formal deve ser realizado até a próxima semana.
Segundo a ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, o país deve deixar a neutralidade de lado. “A adesão da Suécia à Otan aumentaria o limite para conflitos militares e, portanto, teria um efeito de prevenção de conflitos no norte da Europa”, disse.
Na quinta-feira (12/5), o presidente da Finlândia, Saulo Niinisto, e a primeira-ministra do país, Sanna Marin, anunciaram, em declaração conjunta, que pediriam a entrada na Otan.
Na declaração, as autoridades afirmaram que a adesão ao grupo fortaleceria a segurança da Finlândia.
“Como membro da Otan, o país fortaleceria toda a aliança de defesa. A Finlândia deve solicitar adesão à Otan sem demora. Esta decisão será tomada rapidamente nos próximos dias”, afirmaram, em declaração conjunta.

Divulgação/Otan

Otan é a sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar intergovernamental criada em 4 de abril de 1949, após o final da Segunda Guerra Mundial Getty Images

Os países signatários do tratado, na época, eram a Bélgica, França, Noruega, Canadá, Islândia, Países Baixos, Dinamarca, Portugal, Itália, Estados Unidos, Luxemburgo e Reino Unido Otan

Quando criada, reunia países ocidentais e capitalistas, liderados no contexto da bipolaridade formada entre os Estados Unidos (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no período da Guerra Fria Dirck Halstead/Getty Images

A Otan tinha por objetivos impedir o avanço do bloco socialista no continente europeu, fazendo frente à URSS e a seus aliados da Europa Oriental, além de fornecer ajuda mútua a todos os países membros Keystone/Getty Images

A aliança era baseada em três pilares: a defesa coletiva dos Estados membros, impedir o revigoramento do militarismo nacionalista na Europa, e encorajar a integração política europeia Getty Images

O período de bipolaridade entre EUA e URSS dividiu o mundo. Os dois países e seus respectivos aliados mantinham-se em alerta para eventuais ataques bélicos Getty Images

A Otan investiu em tecnologia de defesa, na produção de armas estratégicas e também espalhou pelas fronteiras soviéticas sistemas de defesa antimísseis DavidLees/Getty Images

Na fase final da Guerra Fria, a organização passou a assumir novos papéis. Em 1990, sob ordem do Conselho de Segurança da ONU, a Otan interveio no conflito da ex-Iugoslávia. Foi a primeira vez que agiu em território de um Estado não membro Getty Images

Em 2001, a Otan anunciou a aplicação do princípio da segurança coletiva: um ataque feito a um país membro seria um ataque contra todos os demais Getty Images

Como os ataques terroristas ocorridos em setembro de 2001 foram considerados atos de guerra pelo governo norte-americano, a cláusula foi acionada. Por esse motivo, a organização participou da invasão ao Afeganistão Scott Nelson/Getty Images

Além de ver o terrorismo como nova ameaça, a Otan colaborou com operações de paz e realizou ajuda humanitária, como aos sobreviventes do furacão Katrina, em 2005 Getty Images

Soldados da Otan também realizaram operações militares em zonas conflituosas do mundo, como o Bálcãs, o Oriente Médio e o norte da África Getty Images

Atualmente, a aliança é composta por 30 países, localizados principalmente na Europa. O último país a integrar a Otan foi a Macedônia do Norte, em 2020 Getty Images

Bósnia e Herzegovina, Geórgia e Ucrânia são os três países classificados como “membros aspirantes” à organização. Porém, para a Rússia, a perspectiva da antiga república soviética Ucrânia se juntar à Otan é impensável Getty Images
Reação
Na quinta, após o anúncio da Finlândia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a entrada do país na Otan é “definitivamente” uma ameaça à Rússia. Ele disse que a Finlândia se juntou aos passos hostis dados pela União Europeia.
De acordo com Peskov, todos querem evitar confronto, mas que a expansão da Otan não tornará o mundo ou a Europa mais estáveis.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.