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É normal ficarmos “desmemoriadas” depois da maternidade?

Depois de muitas queixas do meu marido, resolvi perguntar para uma especialista e descobri que isso é muito comum

atualizado

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Esquecer memória mulher
1 de 1 Esquecer memória mulher - Foto: iStock

Cenas corriqueiras na minha vida:

– Amor, vai trabalhar até mais tarde hoje?
– Vou… eu tinha te avisado ontem. Tu não te lembra?

– Sabe aquele livro que eu estava lendo?
– …
– Aquele do Fulano, que escreveu a Trilogia de Tal.
– …
– Tu não presta atenção em nada que eu falo!

Eu, senhoras e senhores, sou a distraída das conversas. A que parece não conseguir registrar novas informações. A desmemoriada. Desde que eu virei mãe ou, mais precisamente, desde que virei mãe de dois, meu HD tem apresentado algumas falhas estranhas.

Parece que as coisas mais corriqueiras passam desapercebidas, como se meu cérebro estivesse liberando espaço de dados “menos importantes” para armazenar outras mil informações acerca das crianças e do trabalho (desculpe, amor, mas isso não é uma exclusividade minha).

A “perda de memória” na gestação e no pós-parto é uma queixa comum das mulheres. No primeiro caso, ela ocorre como uma espécie de preparação. “Isso acontece num contexto em que a mulher está gradativamente mudando seu foco do mundo externo para o seu mundo interno, num movimento natural de preparo para a chegada do bebê”, explica a psiquiatra Aline Sant’Anna Ferreira Borsato, especialista em questões relacionadas à maternidade.

Embora os hormônios da gestação possam contribuir para essa “lentidão” mental, eles não são, isoladamente, os responsáveis pelo cenário, diz Aline. Segundo a psiquiatra, a perda de memória só se torna um problema se for acompanhada de outros sintomas, físicos ou psíquicos. “Se a mulher apresentar sentimento de tristeza, desânimo, falta de energia, ansiedade, insônia, é importante que passe por uma avaliação psiquiátrica”, recomenda. Via de regra, o profissional que faz o pré-natal fica atento a esses sinais.

E tem volta? Aline garante que sim, mas que o prazo para isso varia muito. “Com o passar do tempo e à medida que a mulher consegue conciliar a maternidade com as outras demandas da sua vida, a sensação de falta de memória vai se tornando menos intensa, até não mais existir”, afirma.
Por aqui, ainda estamos em busca da memória perdida.

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