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O aspone quis surfar na onda do erário. Foi para o olho da rua

Esse assessor é só mais um zé-prequeté dos tantos que povoam os galhos de cima do poder público, e cuja maior qualificação é ter um crachá

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro no Alvorada
1 de 1 Jair Bolsonaro no Alvorada - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

De onde menos se espera alguma coisa é justamente de onde não sai nada mesmo, ensina o Barão de Itararé. O que esperar, realmente, de um assessor do assessor que assessora o presidente da República em questões da Casa Civil, Onyx Lorenzoni? Quer dizer: o cidadão não é nem um Onyx, apenas um sub-Onyx, e disso aí, naturalmente, não pode sair nada de bom. O problema, no caso, é que aquilo que saiu foi muito ruim.

Esse assessor é só mais um zé-prequeté dos tantos que povoam os galhos de cima do poder público, e cuja maior qualificação é ter um crachá dizendo que ele trabalha “no palácio”. Pois é. No Brasil, isso é profissão: assim como o sujeito é dentista, agrimensor ou corretor de imóveis, também existe o que trabalha “no palácio”.

Por conta disso, ele achou muito natural requisitar um jatinho Legacy da FAB para ir não só à Suíça, na reunião de Davos, como também à Índia – nada menos que a Índia, Santo Deus – na visita oficial do presidente Jair Bolsonaro.

Como um homem dessa estatura mínima pode usar a FAB como uma empresa de táxi-aéreo? Ele alegou “problemas de agenda” – teria de chegar a Davos em tal hora, e não haveria voos de carreira nesse horário, etc. E para a Índia? A mesma história. Mas que raio de “agenda” poderia ter um sub do sub do sub? Quais decisões dependiam dele para ser tomadas? Tudo conversa, é claro. Ele viajou no Legacy, em companhia de outras duas funcionárias de funções obscuras, porque quis se aproveitar dos luxos do erário – isso em primeiro lugar. Em segundo lugar, porque a FAB deixa que façam essas coisas com ela.

Seu azar foi que, na mesma ocasião, estava indo para a Suíça o ministro Paulo Guedes, 100 vezes mais importante que ele – e Guedes viajou num voo comercial, na classe turística, pagando do seu próprio bolso a diferença para um assento na executiva.

Nunca antes na história desse país se viu algo parecido. Mais: além de Guedes, viajaram para Davos nas mesmas condições três outros ministros-chave do governo, o da Infraestrutura, o da Agricultura e o da Energia. Só o aspone foi de jatinho. Perguntem se alguém gostou – a começar pelo presidente Bolsonaro.

* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.

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